Casal acusa equipa médica e hospital de negligência depois de bebé ser decapitado durante parto

TVI , FG
11 ago 2023, 15:47
Pais de bebé decapitado nos EUA Treveon Isaiah Taylor, Sr., Jessica Ross (Sudhin Thanawala/ap)

Jessica Ross e o marido entendem que a obstetra cometeu três erros. Pais só perceberam que o filho tinha morrido dias depois

Os pais de um bebé que morreu após o parto no Estado norte-americano da Geórgia, estão a processar o hospital, os enfermeiros e a obstetra responsável pela intervenção. Tudo porque, no entender dos progenitores, a equipa médica utilizou força excessiva na pescoço e na cabeça do filho ao tentar tirá-lo do útero, acabando por separar a cabeça do resto do corpo.

A notícia é avançada pelo jornal The New York Times, que dá conta de um parto difícil e que durou várias horas. Jessica Ross, a mãe, tentou de tudo, mas o bebé não saía, tendo ficado preso pelos ombros já depois de a cabeça ter saído do ventre.

Os pais entendem que a obstetra, Tracey St. Julian, cometeu três erros durante o procedimento: aplicou "tração excessiva", não pediu ajuda e não realizou uma cesariana a tempo útil.

"Os seus sonhos e esperanças transformaram-se num pesadelo", disse Cory Lynch, advogado do casal

Jessica Ross pediu várias vezes que o parto fosse feito por cesariana, mas a decisão dos médicos chegou tarde demais. Pelo abdómen foram retiradas as pernas e o tronco e pela via vaginal saiu a cabeça do bebé, como se pode ler no processo judicial. 

"Este bebé não teria sofrido qualquer ferimento se tivessem pedido uma cesariana de emergência na altura certa", argumentou o outro advogado do casal, Roderick Edmond, que também é médico.

No processo consta ainda que os funcionários do hospital Southern Regional Medical Center tentaram omitir os factos ao casal. Esconderam que o bebé tinha sido decapitado, apenas autorizando que o vissem ao longe. Dessa distância foi possível disfarçar com um cobertor a separação da cabeça do resto do corpo. Além disso, a equipa médica desencorajou o casal em relação à realização de uma autópsia que confirmasse a causa de morte.

Os médicos conseguiram esconder a situação durante algum tempo, mas alguns dias a seguir ao parto a agência funerária alertou-os para o estado do corpo do filho.

Para além dos pais, a funerária também ligou ao médico legista, que ficou desconfiado do procedimento médico durante o parto. Brian Byars, o diretor médico que está a investigar a causa da morte, afirmou que "os médicos são chamados minutos após a morte e não dias" e que "não há nada de normal neste incidente". "Era um bebé muito saudável." 

Os pais decidiram avançar com o processo judicial em que acusam o hospital, os enfermeiros e a médica de negligência grave, fraude e inflição intencional de sofrimento. O objetivo dos progenitores em levarem o caso à justiça é "responsabilizar os responsáveis pela morte do filho na esperança de que nenhum outro pai tenha de experimentar uma perda tão profunda".

O caso já está a ser investigado pela polícia do condado de Clayton, que abriu um inquérito preliminar à morte do bebé, a quem o casal tinha dado o nome de Treveon Isaiah Taylor Jr.

A porta-voz do hospital disse ao The New York Times que a instituição "nega as alegações de más práticas presentes na queixa". Kimberly Golden-Benner acrescentou que o hospital "não pode discutir o cuidado ou tratamento específico de pacientes".

E.U.A.

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