Neemias: «Antes do 'basket' tentei o futebol, teria dado bom guarda-redes»

28 fev 2022, 17:26
Neemias Queta (Stockton Kings)

Basquetebolista português recordou os primeiros passos na modalidade e as passagens no Barreirense e Benfica

A cumprir a época de estreia na NBA e viver a um ritmo frenético com as várias viagens e jogos, Neemias Queta assume ter saudades de Portugal.

«Tenho saudades da vivência, do espírito português. Podia sair, andar 10 minutos e estar num sítio totalmente diferente. Aqui, ando 10 minutos e estou no mesmo sítio. Não me sinto tão em casa como em Portugal por causa disso. As viagens, andar de um lado para o outro com as malas às costas, nunca me senti mesmo em casa», assumiu numa iniciativa promovida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal e Federação Portuguesa de Basquetebol no âmbito do Ano Europeu da Juventude.

O basquetebolista português recordou os primeiros passos na modalidade, para onde foi ‘arrastado’ pela família.

«Não tinha sonhos no basket. Nem comecei a jogar por conta própria, fui acompanhar os treinos da minha irmã mais velha. Experimentei no Barreirense e não levei muito a sério, só queria jogar porque era interessante, gostava do jogo mas não senti que tinha muito futuro. Comecei a desenvolver técnicas e ganhar confiança no meu jogo, abriram-se muitas portas», admitiu.

«A NBA era um sonho inalcançável. Mas percebi que tinha qualidades que assentavam bem na NBA. Físico, atlético, tudo o que precisava. E quando me meteram a ideia na cabeça consegui ver a big picture

Estrela do basquetebol, Neemias até poderia ter seguido uma carreira futebolística. «Antes de entrar no basket tentei jogar futebol. Era muito descoordenado, não tinha joelhos, era débil. Tentei jogar a ponta de lança mas precisas de skill, de equilíbrio, trabalho de pés, mas todo desengonçado não tinha hipótese. Nunca experimentei jogar a guarda-redes e nos intervalos da escola era bom nessa posição. Teria dado um guarda-redes muito bom.»

Em 2017, o português mudou-se do Barreirense para o Benfica, um ano antes de se mudar para os Estados Unidos.

«Houve uma mudança, foi um ano diferente, deu para experimentar o intermédio entre o amadorismo e profissionalismo e estar um pouco longe da família, porque no ano a seguir sabia que ia para os EUA. Aprendi os mecanismos que devia ter para ser sucedido fora de campo», contou.

Nos encarnados, percebeu que estava pronto para outros voos. «No Benfica senti-me muito realizado porque sou benfiquista e jogava com jogadores que admirei. Mas senti que não queria parar naquele ponto, queria continuar a crescer e chegar mais longe. No Benfica foram impecáveis para eu dar um salto tão grande nessa época.»

Quanto a ídolos, destaca Kobe Bryant, que acompanhou sobretudo «na fase final da carreira».

«Um dos que mais adoro ver é o Giannis [Antetokounmpo]. Também adorei o Tim Duncan e o Shaquille O'Neal, interiores que faziam um bocado de tudo», confessa, apontando ainda Carlos Andrade, Tiago Raimundo e Betinho como as principais referências em Portugal.

O poste português confessou ainda a vontade de conhecer pessoalmente Ticha Penicheiro, a primeira portuguesa a chegar à WNBA e que Neemias considera «ter carregado o basket português durante muito tempo».

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