Todos os tripulantes da embarcação são portugueses. Corpos da criança e de um dos adultos retirados do mar. Homem resgatado com vida era o timoneiro e tem 62 anos
As vítimas do naufrágio de uma embarcação de recreio ao largo de Troia, concelho de Grândola (Setúbal), este domingo, eram o pai, de 45 anos, e o filho de 11 anos, e dois jovens de 24 e 33 anos que são irmãos, de acordo com uma atualização da informação divulgada pela Polícia Marítima.
Os corpos da criança e de um dos adultos adulto já foram encontrados e retirados do mar. Um dos corpos foi localizado pela lancha da Polícia Marítima e o outro pelo helicóptero da Força Aérea. Ambos nas proximidades da embarcação afundada. Faltam localizar os outros dois náufragos.
Agora, “prosseguem as buscas para localizar os corpos dos outros dois náufragos”, dois homens, afirmou o comandante.
O tripulante resgatado com vida tem 62 anos e seria o timoneiro da embarcação. À chegada a terra, o timoneiro explicou que a embarcação pertencia ao fundador do empreendimento Sol Tróia e que se fizeram ao mar à primeiras horas do dia.
"O mar cresceu muito, ao tentar virar para trás, uma vaga adornou a embarcação e virou-se. Deixei de ver os quatro tripulantes que foram atirados borda fora", explicou a vítima resgatada, acrescentado que não conhecia os outros tripulantes e que iam fazer pesca desportiva na embarcação de recreio.
O capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto, disse à Lusa que as cinco pessoas que seguiam na embarcação “eram da zona de Santiago do Cacém”, também no litoral alentejano. No entanto, por volta das 19:30, foi confirmado à CNN que os dois irmão são naturais de Grândola.
“Tanto o timoneiro, de 62 anos, que foi a pessoa resgatada com vida, como os quatro passageiros, são portugueses e da zona de Santiago do Cacém”, frisou.
Os desaparecidos “são todos do sexo masculino”, revelou também à Lusa o comandante que, apesar de reconhecer que, por enquanto, não sabe se existem relações de parentesco entre eles. Adiantou contudo que “há um pai e um filho, o rapaz de 12 anos [idade posteriormente corrigida para 13 anos]”.
Serrano Augusto explicou também que “a embarcação de recreio terá naufragado pelas 07:00, a cerca de milha e meia” ao largo de Tróia, embora o alerta só tenha sido recebido “por volta das 10:00”.
“A embarcação naufragou e afundou completamente”, acrescentou, referindo que “há objetos e apetrechos” do barco que “estão à tona da água nas proximidades”.
Em comunicado divulgado entretanto, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) confirmou que a embarcação terá naufragado esta manhã “a cerca de uma milha e meia (aproximadamente três quilómetros) ao largo de Troia”.
Após o alerta, recebido às “10:05”, foram ativados de imediato para o local “uma embarcação do Comando-local da Polícia Marítima de Setúbal e uma embarcação da Estação Salva-vidas de Sesimbra”, precisou a AMN, indicando que decorrem ainda buscas em terra, que mobilizam elementos dos bombeiros de Grândola e do posto da Comporta da GNR.
“Foram ativados para o local um navio da Marinha Portuguesa e uma aeronave da Força Aérea Portuguesa”, pode também ler-se no comunicado.
Nas declarações à Lusa, por volta das 13:10, Serrano Augusto indicou que estava a chegar ao local um helicóptero Koala da Força Aérea Portuguesa (FAP) para participar nas buscas.
O timoneiro da embarcação naufragada “foi resgatado por uma embarcação que se encontrava nas proximidades”, informou a AMN, que assinalou ainda que o Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio.
Em declarações à Lusa, esta manhã, o comandante-local de Setúbal da Polícia Marítima admitiu que a embarcação possa ter-se virado quando foi alvo de “um golpe de mar, que fez com que os passageiros tivessem sido ‘cuspidos’ para a água”.
O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio. Operações de busca e salvamento serão interrompidas às 20:00 e vão ser retomadas às 7:30 de segunda-feira, apenas com a participação da Polícia Marítima.
