Jorge Costa assume favoritismo no grupo

28 mai 2002, 14:55

Central da selecção diz que é preciso sorte para ser campeão do mundo O defesa-central da selecção diz que é preciso sorte para ser campeão do mundo, mas vai assumindo o favoritismo na primeira fase.

Jorge Costa assume o favoritismo. Portugal tem dos melhores jogadores do mundo, por isso tem obrigação de dizer que quer vencer o grupo D da primeira fase do Campeonato do Mundo. «Na teoria somos favoritos e não podemos ter vergonha de assumi-lo. Na prática, se não encararmos os jogos com cem por cento de entrega, vamos sofrer alguns desgostos», avisa, ainda assim.

Depois da meia-final no Campeonato da Europa de 2000, as expectativas dos portugueses são de que a selecção consiga fazer ainda melhor na Coreia e no Japão. O defesa-central identifica duas necessidades para o conseguir: «A nível individual temos dos melhores jogadores do mundo. Temos o melhor do mundo e outros fabulosos. Precisamos essencialmente de conseguir transformar estes bons jogadores numa equipa forte. E depois, como todos os campeões, temos de ter uma pontinha de sorte.»

De qualquer forma, a sorte não é tudo. Jorge Costa recorda o passado da equipa para justificar a ambição e, também, a aposta numa competição que para muitos será o primeiro e único Mundial. «A nossa chegada aqui não foi trabalho de dois ou quatro anos. A selecção já joga junta há muito tempo, é a junção de duas equipas que foram Campeãs do Mundo de juniores, com mais alguns jogadores, e provavelmente será a única ocasião que terá para jogar o Mundial.»

Aos 30 anos, Jorge Costa assume que na Alemanha, em 2006, já não deverá jogar. «No meu caso provavelmente será o primeiro e único Mundial. Já me lembrei muitas vezes do que conseguimos fazer em Lisboa», afirma, referindo-se à conquista do título mundial de sub-20, em 1991.

O entendimento com Fernando Couto

Na selecção Jorge Costa tem sido parceiro habitual de Fernando Couto, antigo colega no F.C.Porto. Tudo indica que a dupla será reeditada no Campeonato do Mundo. O bicho - como é tratado pelos colegas de selecção - admite que tudo aponta nesse sentido.

«Foi o que aconteceu no Euro-2000 e tem acontecido nos últimos jogos. Conhecemo-nos bem, jogamos juntos há muito tempo [tanto que nem se conseguiu lembrar do primeiro jogo que fez com o parceiro], mas seja eu, o Fernando, o Jorge ou o Beto, a nível de centrais a selecção está muito bem servida.»

O entendimento entre os dois é tão grande que quase já nem é preciso falar. «Essa fase já foi um pouco ultrapassada. Claro que antes de cada jogo há a preocupação de estudar o adversário, ver como são as movimentações. Fazer o trabalho de casa antes facilita a tarefa.»

Se o centro da defesa da selecção já tem donos, do meio-campo para a frente subsiste a dúvida (cada vez menor): jogar com um ou dois trincos? Jorge Costa não se quer meter nas opções do seleccionador nacional, mas seja qual for a decisão está descansado. «Nesta selecção os seis jogadores que jogam à frente da defesa são todos de grande qualidade, independentemente de serem um ou dois trincos, um ou dois avançados.»

O central portista admitiu ainda que, se esteve hoje na sala de imprensa, em Macau, a falar do Campeonato do Mundo, foi provavelmente porque aceitou ser emprestado ao Charlton a meio da época, numa altura em que começava a deixar de ser opção no F.C.Porto. «Nunca escondi que quando decidi sair do F.C.Porto era com o objectivo de estar no Mundial. Não sei, se tivesse ficado, se o teria conseguido ou não, mas posso dizer que ir para Inglaterra foi benéfico.»

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