Mundial 2030: Portugal, Espanha e Marrocos apresentam 18 estádios

19 out 2023, 16:30
O novo Santiago Bernabéu (foto Real Madrid)

Luz, Dragão e Alvalade apontados como os palcos portugueses para a competição

Portugal, Espanha e Marrocos vão apresentar um dossier da organização do Mundial de 2030 com a previsão de que sejam utilizados 18 estádios para receber 104 jogos, afirmou esta quinta-feira o coordenador da candidatura.

O português António Laranjo, falou numa conferência dedicada à sustentabilidade no desporto na sede do Comité Olímpico Espanhol, em Madrid, e revelou que quando esta candidatura começou a ser trabalhada, o cenário era um campeonato com 80 jogos e 14 estádios, mas entretanto houve «um incremento brutal».

Dos 104 jogos previstos no Mundial2030, três serão de celebração do centenário dos campeonatos mundiais de futebol e terão lugar na Argentina, Uruguai e Paraguai, não estando abrangidos pela candidatura de organização do evento apresentada pelas federações de Portugal, Espanha e Marrocos, três países que em conjunto irão apresentar 18 palcos para a realização da competição. Em Espanha, refira-se, é dada como uma forte hipótese o Estádio Santiago Bernabéu [na foto] para a realização da final. As mesmas fontes avançam que o país vizinho ficará com 10 ou 11 sedes, sendo que Marrocos terá quatro certas e luta pela quinta, enquanto Portugal tem praticamente como certas três.

Segundo António Laranjo, a candidatura já fez «visitas técnicas» a três estádios em Portugal e a 15 em Espanha e vai agora fazer o mesmo trabalho em Marrocos.

O objetivo dessas visitas é fazer um relatório de diagnóstico, com os requisitos da FIFA (a federação internacional de futebol) que os estádios cumprem e os trabalhos necessários de remodelação ou de ajustamento, e assim, em paralelo, chegar também a um orçamento, disse António Laranjo.

Segundo explicou, os estádios em causa foram divididos em quatro grupos, estando no primeiro aqueles que estão prontos e preparados para receber de imediato um jogo do campeonato mundial.

Os três estádios portugueses considerados estão todos nesta situação, afirmou António Laranjo.

Os estádios da Luz, do Dragão e de Alvalade são os únicos recintos nacionais que correspondem às exigências da FIFA para acolher encontros de Mundiais.

«Em Portugal, felizmente, vamos trabalhar com um conjunto de estádios no grupo 1, com capacidade para o campeonato, e não vamos construir nenhum para além daqueles que já temos», disse o coordenador da candidatura.

As restantes possíveis sedes, em Espanha ou Marrocos, precisam de «pequenas reformas», como aumento de lugares nas bancadas ou outros «ajustamentos» para serem incorporados na candidatura (grupo 2); são recintos que já estão neste momento em remodelação ou em construção (grupo 3); ou precisam de reformas mais profundas ao até, «em algum caso», de serem eventualmente construídos (grupo 4).

António Laranjo disse que não daria mais detalhes sobre os estádios por faltarem visitas e estar em curso a elaboração do relatório de diagnóstico.

«Não queremos construir por construir, não queremos estádios para ficarem vazios e sem público depois do campeonato», afirmou António Laranjo, dizendo ainda que «o foco nos estádios» não é o único «nem sequer o mais importante».

O responsável deu como exemplo os custos de um estádio, cuja construção pode alcançar dezenas ou centenas de milhões de euros, e o de um centro de treinos, que pode ser conseguido com dois milhões de euros. No primeiro caso, a expectativa é ser cenário de um jogo a cada duas semanas, enquanto um centro de treinos pode receber «crianças e jovens a fazer desporto desde as oito da manhã até às nove ou dez da noite».

António Laranjo acrescentou que candidatura tem preocupações ambientais e de sustentabilidade, assim como sociais, com preocupações e objetivos que passam pela diversidade ou o multiculturalismo.

A candidatura pretende ainda ter «um pilar de investigação», para desenvolver, adaptar e aproveitar melhor as novas tecnologias nos estádios, por exemplo.

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