O golo japonês que levanta muitas dúvidas e tirou a Alemanha do Catar
Contra todas as expectativas, o Japão venceu a Espanha e qualificou-se para os oitavos de final do Mundial 2022, em primeiro lugar do Grupo E. Pelo caminho ficou a Alemanha, pelo segundo campeonato do mundo consecutivo, e também com um golo que promete fazer correr muita tinta.
Em causa está o lance da reviravolta nipónica, o 2-1, em que Mitoma, em esforço, pareceu tocar a bola já para lá da linha final, antes de cruzar para o golo de Tanaka.
O lance ocorreu ao minuto 48 e no mesmo instante gerou dúvidas. A transmissão televisiva parecia mostrar que a bola tinha transposto a linha, mas o VAR validou o golo, ao considerar que a totalidade da circunferência da bola não passou para fora do campo. Foram as imagens aéreas que ajudaram a tomar esta decisão.
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O que verificou o VAR?
Após a bola entrar na baliza espanhola, o fiscal de linha Souru Phatsoane levantou a bandeirola, sinalizando que o esférico tinha saído de campo. Contudo, o VAR pode ser usado nestes casos para analisar se a bola saiu realmente de campo.
É aqui que temos de recorrer ao regulamento da International Football Association Board (IFAB), que rege as leis do futebol e onde está inscrito que a bola só está fora quando “tenha passado na sua totalidade a linha de golo ou de campo quer esteja no chão ou no ar”.
— Gary Neville (@GNev2) December 1, 2022
Perante isto, o VAR comunicou ao árbitro Victor Miguel de Freitas Gomes, da África do Sul e filho de madeirenses, que era recomendado que houvesse uma análise sucinta deste lance. Depois das averiguações, o juiz da partida apenas ouviu as indicações pelo auricular e sem olhar para o ecrã disponível para o efeito apontou para a linha do meio-campo, sinalizando o golo que dava vantagem ao Japão, tal como o apuramento para os oitavos de final e a consequente eliminação alemã.
Nesta circunstância, a tecnologia da linha de golo não pode ser tecnologicamente aplicada, porque se cinge à baliza. O que quer dizer que esta avaliação foi feita apenas através do olhar do VAR e das imagens que tinha à sua disposição.
Para este Mundial 2022, a FIFA e a Adidas, fabricante do esférico, apresentaram a Al Rihla, uma bola apetrechada com várias novas tecnologias e com um sensor de 14 gramas que permite rastrear a localização exata do esférico em tempo real e em qualquer momento do jogo, mas que não está à disposição do VAR para este tipo de decisões.
