Uma bicicleta avariada no caminho dos Camarões e muito mais...

27 mai 2014, 11:24

Ponto de situação sobre as outras seleções

No dia em que a seleção brasileira começou os trabalhos de preparação, na Granja Comary, em Teresópolis, a contestação ao Mundial continuou a fazer-se ouvir, em manifestações no Rio de Janeiro e na chegada do autocarro ao estágio, criticando os critérios de atribuição de verbas públicas ao futebol e defendendo saúde e educação como prioridades. Um dado desvalorizado pelo coordenador técnico Carlos Alberto Parreira que falou em «apenas cerca de 200 manifestantes» e definiu a seleção como «património cultural do Brasil». 

Veja o vídeo dos protestos


Parreira assumiu o estatuto de favorito do Brasil
, cuja equipa só fica completa nesta terça-feira, com a chegada de Marcelo, recém-sagrado campeão europeu pelo Real. O favoritismo brasileiro, pelo menos na primeira fase, ficou reforçado nesta segunda-feira, com duas baixas em adversários do grupo A. A Croácia
, que enfrenta o escrete no jogo de abertura e já tinha perdido dois jogadores, Strinic e Ilicevic, ficou agora sem o médio Niko Kranjcar, depois da lesão muscular sofrida no último sábado, pelo QPR. 

 

A seleção dos
Camarões, que sem Etoo venceu a Macedónia por 2-0, em jogo de preparação realizado na Áustria, está em risco de perder o avançado Pierre Webo, do Fenerbahçe, que se lesionou num ombro, com aparente gravidade, ao fazer o pontapé de bicicleta que valeu o primeiro golo da sua equipa. Os problemas não ficam por aqui, já que divergências quanto a prémios de jogo podem originar mais tensões até ao início da prova, havendo inclusive ameaças de greve aos próximos treinos.O quarto integrante do grupo, o México, anunciou os números para o Brasil, com os portistas Herrera e Reyes a ficarem com o 6 e o 13, respetivamente. Giovanni dos Santos fica com o 10, e a estrela «Chicharito» Hernandez mantém o 14 que também usa em Old Trafford.

No grupo B, enquanto a Holanda prosseguia os trabalhos no Algarve, a seleção espanhola, ainda de convocatória alargada, e sem os jogadores finalistas da Liga dos Campeões, cumpria o primeiro treino de preparação do particular de sexta-feira, com a Bolívia, reunindo 19 jogadores às ordens de Del Bosque – entre eles o regressado Fernando Torres. A confirmação de que a lesão de Diego Costa vai demorar no mínimo duas semanas a tratar faz com que Del Bosque remeta para «o último momento» qualquer decisão sobre o avançado «colchonero».

O programa de jogos particulares até ao Mundial

Já a Austrália cumpriu o último teste em solo caseiro, perante 50 mil espectadores, que devem ter ficado algo dececionados com o empate (1-1) perante uma frágil África do Sul. Tim Cahill marcou o único golo de uma equipa ainda algo indefinida em termos táticos – e que, salvo grande surpresa, parece condenada a ser o parente pobre de um grupo muito equilibrado. Na quarta equipa do grupo, o Chile, o destaque vai para o regresso aos trabalhos do avançado Esteban Paredes, do Colo Colo, que tinha sido dispensado pelo selecionador Jorge Sampaoli. O azar de uns é a sorte de outros, e Paredes teve uma segunda oportunidade, depois da lesão do seu companheiro Pedro Pablo Hernandez.

No Grupo C, a reintegração de Falcao nos trabalhos da Colômbia, embora com treino específico, mantém em aberto a ténue possibilidade de o avançado ainda recuperar a tempo da convocatória final – embora dificilmente a tempo do jogo de abertura, com a Grécia, de Fernando Santos. Já no grupo D, a grande dúvida continua a ser a recuperação de Luis Suarez, cuja inclusão no grupo uruguaio continua em risco, devido à lesão sofrida no joelho – embora os últimos relatórios apontem para uma recuperação favorável. A outra novidade do dia foi o anúncio da renovação de Cesare Prandelli, que vai liderar a Itália por mais dois anos, até à fase final do Euro-2016: um voto de confiança antes da divulgação da lista final de convocados do «azzurra», atual vicecampeã da Europa.

No grupo E, a França prepara o teste desta terça-feira, com a Noruega, ainda sem Benzema e, muito provavelmente Ribéry, com uma lesão nas costas, ao mesmo tempo que o seu primeiro adversário, a Suíça, iniciou nesta segunda-feira os trabalhos de campo, abertos ao público na pequena localidade de Weggis. Já no grupo F, o selecionador argentino Alejandro Sabella deu uma entrevista ao diário Olé, em que deixa elogios à temporada do benfiquista Garay, e garante não estar preocupado com a condição de Messi para o Mundial, negando que a estrela do Barcelona tenha passado os últimos meses a preparar o Mundial: «Não o vi apagado, muito pelo contrário. É um grande profissional e não se poupou.»



Em Hartberg, na Áustria, um dos adversários da Argentina, o Irão, comandado por Carlos Queiroz, empatou sem golos diante de Montenegro. Mas a principal dor de cabeça para o técnico luso foi a lesão do defesa Beikzadeh, substituído aos 16 minutos e com a presença na fase final em risco. Nos outros particulares desta segunda-feira, a Bélgica, com Defour a jogar a segunda parte no lugar de Witsel, goleou o Luxemburgo (5-1) com hat-trick de Lukaku, enquanto a Rússia teve de esperar pelos últimos minutos para, com um golo do suplente Kerzhakov, desbloquear o teste com a Eslováquia.


Referência, ainda para os adversários de Portugal, em especial a Alemanha, que ficou completa com a integração de Khedira, depois de no sábado, em Lisboa, se ter sagrado campeão europeu pelo Real Madrid. «Já treina há várias semanas, e a conquista da Champions reforçou-lhe o moral. Não vejo que haja qualquer problema em contar com ele», afirmou o selecionador Joachim Löw, a propósito da condição física do médio merengue, que esteve parado por lesão desde novembro.

Entretanto, na seleção dos EUA, a exclusão de Landon Donovan não foi a única opção do selecionador Jurgen Klinsmann a causar polémica. O defesa Clarence Goodson, também excluído pelo técnico alemão, não escondeu o seu desapontamento, com declarações críticas para o selecionador: «Acreditava que ia estar no Mundial, senti que era algo que conquistei e merecia. A convicção de que podia ser titular assentava no facto de ter sido chamado regularmente a jogar nos últimos seis anos. Quando Jurgen precisava de resultados, chamava-me. Pedi-lhe uma explicação, mas não a quis dar, disse que falava comigo depois do Mundial», lamentou-se Goodson.

Por fim, referência para o Gana, cuja federação anunciou nesta segunda-feira o prolongamento de contrato com o selecionador James Kwesi Appiah , até julho de 2016. «É uma notícia que vem no momento certo, porque mostra confiança nas minhas capacidades», afirmou o técnico de 53 anos, que está no cargo desde 2012.

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