Israel viveu “um dos dias mais difíceis desde o início da guerra”: 24 soldados mortos em ataque na Faixa de Gaza

Agência Lusa , DCT, atualizado às 08:41
23 jan, 08:13
Guerra na Faixa de Gaza (Associated Press)

O conflito também está a fazer escalar as tensões entre Israel e os aliados pró-Irão do Hamas, como o Hezbollah libanês e os rebeldes Huthis do Iémen.

O exército de Israel afirmou esta terça-feira que 21 soldados foram mortos no centro da Faixa de Gaza, no ataque mais mortífero contra soldados israelitas durante a guerra de três meses frente ao grupo islamita palestiniano Hamas. Horas depois primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu revelou que os militares estavam a “investigar a tragédia” em que 21 soldados foram mortos quando edifícios explodiram no centro de Gaza, elevando o número de mortos israelitas para 24.

No seguimento disto, Benjamin Netanyahu assegurou, esta terça-feira, que Israel vai continuar a combater em Gaza até à “vitória absoluta”, apesar de ter sofrido um dos dias “mais difíceis” da ofensiva militar, noticia a Reuters. “Ontem vivemos um dos dias mais difíceis desde o início da guerra”, afirmou Netanyahu, que deixou claro que “em nome dos nossos heróis, em nome das nossas vidas, não deixaremos de lutar até à vitória absoluta”.

Os soldados preparavam explosivos para demolir dois edifícios na segunda-feira, quando um militante usou um lançador de granadas contra um tanque próximo, provocando o rebentamento prematuro dos explosivos, disse o porta-voz militar Daniel Hagari. Os edifícios acabaram por desmoronar com os soldados no interior.

O Exército israelita adiantou na segunda-feira que 200 militares já morreram durante as operações terrestres contra o Hamas na Faixa de Gaza.

“O número de soldados que caíram em Gaza desde 27 de outubro é de 200”, referiu um oficial militar israelita à agência France-Presse.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 25.000 pessoas e feridas mais de 63.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. A pressão internacional está a aumentar sobre Israel para preparar um resultado após a guerra que inclua a criação de um Estado palestiniano.

A União Europeia (UE) sublinhou também na segunda-feira, antes de se reunir com os chefes da diplomacia israelita e palestiniana em Bruxelas, que Israel deve aceitar uma solução de dois Estados para garantir a sua segurança. O conflito também está a fazer escalar as tensões entre Israel e os aliados pró-Irão do Hamas, como o Hezbollah libanês e os rebeldes Huthis do Iémen.

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