REVISTA DE IMPRENSA | O número de pedido de declarações para exercer Medicina fora de Portugal é, nos 11 meses deste ano, já superior a todas as apresentadas ao longo do ano passado
As secções regionais do Sul e do Centro da Ordem dos Médicos (OM) receberam este ano 453 pedidos de declarações de Good Standing, documento necessário para que se possa exercer Medicina fora de Portugal, avança o Diário de Notícias na edição desta segunda-feira.
Embora não se saiba em concreto quantas destas declarações resultaram, efetivamente, numa saída de médicos para o estrangeiro, o jornal adianta que a OM tem consciência de que o número de pedidos feitos para que seja possível trabalhar no estrangeiro seja superior, uma vez que faltam ainda os pedidos feitos durante este mês e dezembro a secção Norte não facultou dados ao jornal, não se sabendo, assim, quantos médicos no Norte do país querem sair.
É na zona Sul do país que o número de pedidos feitos este ano foi maior: 75% do total, o que significa 341 pedidos. Na região Centro, foram feitos 112 pedidos.
Segundo o DN, a maioria dos médicos a pedir declarações de good standing tem entre 30 e 40 anos, mas há também um número considerável de clínicos com menos de 30 anos a ponderar sair do país, o que pode agravar ainda mais a dificuldade já sentida em preencher vagas para o internato da especialidade, deixando os serviços ainda mais fragilizados e dependentes de profissionais que, por lei, podem rejeitar fazer trabalho noturno ou serviço de urgência devido à idade.
Entre os países mais procurados pelos médicos que querem sair está o Reino Unido, velha escolha dos profissionais de saúde portugueses que procuram experiências profissionais no estrangeiro. Diz o jornal que na lista dos países europeus eleitos estão ainda a Alemanha, Suíça, Irlanda, Itália, França e a vizinha Espanha. Mais longe, mas também sob o olhar atento dos médicos, estão os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e a Arábia Saudita.