Vice-primeiro-ministro de Itália sustenta que “a defesa das fronteiras deve ser uma prioridade europeia”
O líder da Liga e vice-primeiro-ministro de Itália, Matteo Salvini, considera necessário que o Governo adote, em setembro, um novo decreto de segurança para conter a chegada de migrantes, após os números recordes alcançados este ano.
“A Itália não pode ser o ponto de chegada de imigrantes de todo o mundo”, disse Salvini, citado pela agência AdnKronos, numa declaração em que apelou à União Europeia para “se mexer” e “acordar” para ajudar o país transalpino.
“Todos os anos enviamos milhares de milhões [de euros] para Bruxelas” e “a defesa das fronteiras deve ser uma prioridade europeia”, sustentou o governante, que, já durante a sua primeira fase no executivo, promoveu um endurecimento sem precedentes da política migratória, muito questionado por organizações de defesa dos direitos humanos.
Matteo Salvini vangloriou-se ainda de ter “ganhado ações judiciais” naquela altura, quando promoveu uma política de “portos fechados” que limitava a margem de manobra das organizações não-governamentais (ONG) que resgatam migrantes e refugiados nas águas do Mediterrâneo central.
Até agora, este ano, mais de 100 mil migrantes chegaram às costas italianas, segundo dados do Ministério do Interior. Só na noite deste sábado chegaram a Lapedusa mais de 4 mil migrantes, numa sucessão contínua de desembarques.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que mais de 2.000 pessoas perderam a vida tentando percorrer esta rota, que parte de países como a Tunísia ou a Líbia.