Jovem morre em viagem de finalistas em Espanha. Qual o papel da polícia portuguesa?

12 abr 2022, 18:13
Polícia Judiciária e PSP

PSP costuma acompanhar viagens de finalistas mas este ano, por causa da pandemia, não destacou nenhum agente

Um jovem português de 18 anos morreu durante a madrugada desta terça-feira, em Espanha, durante uma viagem de finalistas em Marina d'Or. Ao contrário do que se costuma verificar em anos anteriores, desta vez não havia nenhum agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) portuguesa a acompanhar os grupos de jovens estudantes nas viagens de finalistas.

O intendente e porta-voz da PSP, Nuno Carocha, explicou à CNN Portugal/TVI que esta ausência se prendeu, sobretudo, com a incerteza sobre se as viagens iriam ou não ocorrer por causa da pandemia de covid-19. As autoridades fizeram, no entanto, uma "intensa atividade de informação e sensibilização" com alunos de todos os país antes das viagens de finalistas que tinha como objetivo central a "desmistificação de um possível sentido de impunidade”.

“Este ano, não temos nenhum agente com estes grupos de alunos ao contrário do que é comum, mas foram efetuadas ações, prévias às viagens, com estes alunos. Ações de sensibilização, regras locais, advertências e conselhos", explica o intendente da PSP Nuno Carocha.

Polícia Judiciária poderá intervir

Nuno Carocha explica que a PSP assume agora o "papel de facilitador" na comunicação ou logística com Portugal e com a família da vítima, mas pouco mais. "Tudo o que diga respeito à investigação será da responsabilidade das autoridades espanholas que, se necessário, contará com ajuda da Polícia Judiciária”, aponta o porta-voz, acresentando que “a família mais próxima já foi informada” e que contará com o apoio da PSP por ser natural de uma das áreas da sua jurisdição.

“Se houver uma necessidade de investigação em Portugal esta ficará sempre a cargo da Polícia Judiciária”, esclarece.

Regresso a Portugal dependente das autoridades espanholas

O responsável da PSP lembra que estes são grupos de jovens que, normalmente, se conhecem há vários anos e são muito próximos. Tendo em conta a experiência do passado, Nuno Carocha argumenta que, perante a morte de um dos seus elementos, tendem a regressar a Portugal "assim que possível".

Ainda assim, o agente salienta que o retorno a Portugal só poderá ocorrer após as autoridades espanholas efetuarem "todos os contactos formais" com os envolvidos.

Quando casos como este ocorrem em Portugal, como atua a PSP?

Apesar de não existirem agentes portugueses com estes grupos de jovens, este não é caso único quer com finalistas portugueses no estrangeiro, quer com alunos de outros países que visitam Portugal. À CNN Portugal, Nuno Carocha explicou como atua a PSP quando se depara com casos deste tipo.

"A primeira abordagem a estas ocorrências passa sempre por preservar o local do incidente e falar com todos os envolvidos".

Após assegurar a preservação das provas e questionar as pessoas presentes na altura da ocorrência, o intendente explica que a tarefa dos agentes se centra em garantir que a família da vítima é informada, tal como a representação diplomática do país de origem do jovem. Por fim, a investigação transita e fica a cargo da Polícia Judiciária.

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