Ser madrasta e padrasto. 14 conselhos para quem recebeu filhos numa nova relação

5 nov 2023, 09:00
Família (Pexels)

Com o número de divórcios a aumentar, cresce também o número de famílias recompostas. Há cada vez mais madrastas e padrastos e, se nada nos prepara para nos tornarmos pais, muito menos somos preparados para fazer parte de uma família já constituída e que, ainda por cima, resulta de uma perda. Nada nos prepara para amar e educar crianças e adolescentes que não sangue do nosso sangue

Números ainda provisórios da Pordata relativos a 2022 dão conta de 50 divórcios por cada 100 casamentos. Taxas que foram mais altas durante os anos da pandemia e ultrapassaram mesmo os 91% em 2020, mas, ainda assim, muito mais altas do que na década de 1960, quando o rácio entre divórcios e casamentos não passavam do 1%. A realidade das famílias alterou-se e já não há só pai, mãe e filhos. “Os meus, os teus e os nossos” é, cada vez mais, o novo normal.

Ser madrasta e padrasto é um papel cada vez mais recorrente e nem tudo é um mar de rosas. O livro “Sou Madrasta ou Padrasto… e Agora?” nasceu para desfazer mitos e responder a dúvidas e angústias de muitas famílias recompostas. As psicólogas Rute Agulhas e Adriana Morão e o advogado Nuno Cardoso-Ribeiro abordam o tema, num livro que se quer informativo, mas acima de tudo mote para reflexão e objeto de interação.

"Sou Madrasta ou Padrasto... e Agora?" é um livro para reflexão e interativo.

Numa conversa a quatro com a CNN Portugal, os autores dão conta dos maiores desafios que enfrentam madrastas, padrastos e as famílias onde estão inseridos e deixam alguns conselhos para quem, com uma nova relação, recebeu filhos que não são sangue do seu sangue.

No livro, fazem uma distinção muito clara entre “família nuclear” e “família recomposta”. Porque é que esta distinção é importante? Como classificamos a família que já tem filhos em comum?

Rute Agulhas - As famílias nucleares e as famílias recompostas são realidades familiares muito diferentes, desde logo porque nem todos os seus elementos partilham laços de sangue. Nas famílias nucleares, a relação de casal é estabelecida, usualmente, antes do nascimento das crianças, os papeis de todos os elementos são mais claros e definidos e as diferentes crianças têm uma posição fixa na fratria. São famílias com uma história e uma tradição partilhadas ao longo do tempo, que facilitam a coesão familiar e uma memória coletiva. Nas famílias recompostas, pelo contrário, as relações entre os progenitores e as crianças precedem a relação de casal, com a inexistência de laços de sangue entre alguns membros. A relação entre os diversos membros da família pode não ser próxima e os papéis são mais ambíguos. Ao mesmo tempo, nestas famílias as crianças repartem o seu tempo por mais do que um agregado familiar, podendo sentir conflitos de lealdade entre os pais ou entre um deles e a madrasta ou o padrasto. 

As famílias recompostas não são iguais às famílias nucleares. São famílias de transição que têm um passado e que são muito diferentes das famílias nucleares no que respeita à sua diversidade e complexidade e ao modo como os seus membros se organizam e relacionam entre si.

Quando, para além dos “meus” e dos “teus” filhos, existem também os “nossos” filhos, para estes últimos, que partilham os mesmos pais, é a sua família nuclear. Para os demais elementos do sistema familiar, mantém-se a designação de família recomposta.

Quais são os maiores problemas pelos quais passam as famílias recompostas no que toca aos filhos anteriores à união?

Rute Agulhas - São muito diversos os desafios que se colocam a estas famílias. Talvez possamos destacar o facto de não existir uma história partilhada e uma memória coletiva, ou seja, os diversos elementos têm trajetórias de vida distintas que não foram partilhadas em comum, o que pode dificultar a coesão familiar e os sentimentos de pertença.

Outra dificuldade sentida muito frequente relaciona-se com o facto de, nas famílias recompostas, os papeis serem mais indefinidos, o que leva a que as madrastas e os padrastos se sintam, por vezes, como “outsiders” que caíram naquela família de paraquedas, sem saber muito bem como devem agir perante os enteados.

"Alguns problemas nas famílias recompostas podem ser gerados ou agravados por diversos mitos ou falsas crenças", diz a psicóloga Rute Agulhas

Por outro lado, as famílias recompostas renascem a partir de perdas anteriores (separação ou divórcio), que resultaram numa cascata de mudanças e que implicaram, na maioria das vezes, sofrimento, stress e mudanças, sentidas como inesperadas e negativas. E esta “cascata” volta a existir quando se dá início a uma nova realidade familiar, com novas regras, papeis, rituais e rotinas.  

Destacamos ainda o fantasma do “ex” (o outro progenitor da criança), muitas vezes sentido como uma ameaça à nova realidade familiar e que acaba, não raras vezes, por ter um impacto negativo na relação de casal. A relação com o “ex” também pode ser prejudicada quando as madrastas ou os padrastos tentam assumir-se como segundos pais. As mães e os pais são insubstituíveis e é importante que isto fique claro para todos os elementos da família.

Alguns problemas nas famílias recompostas podem ser gerados ou agravados por diversos mitos ou falsas crenças.

No livro, falam de diversos mitos e procuram desconstruí-los. Que mitos são esses e porque ainda persistem, quando temos cada vez mais famílias recompostas?

Adriana Morão - Quando falamos de mitos, falamos de falsas ideias ou crenças que, apesar de contrariadas pelos factos e evidências da investigação científica, são assumidas como verdades. Por exemplo, “O Mito da Disney” foi criado e alimentado pela estranheza social relativa às famílias recompostas e popularizado nos contos de fadas e obras infantojuvenis. 

O problema deste e de outros mitos é que fazem com que as madrastas e os padrastos criem expectativas irrealistas, que vão influenciar as suas atitudes e comportamentos, o modo como vão avaliar e interpretar as situações e como vão responder face às mesmas.

As expectativas demasiado otimistas ou “cor-de-rosa”, de que “vai ser fácil e vai correr tudo bem”, fazem com que as madrastas ou os padrastos não antecipem nem se preparem para as dificuldades e desafios que, naturalmente, irão encontrar, porque todas as famílias os têm. Por exemplo, podem acreditar que o amor recíproco com os enteados será imediato, expectativa alimentada pelo “Mito do Amor Instantâneo”. Ora, sabemos que o amor recíproco não é passível de ser apressado, forçado ou imposto, e vai-se contruindo, com tempo, paciência e conhecimento mútuo, por vezes ao longo de anos.  Também é frequente acreditar-se que o processo de aceitação por parte das crianças será muito fácil, expectativa que é reforçada pelo “Mito da Reação Entusiasta”. As madrastas e os padrastos são depois surpreendidos por algumas reações das crianças contrárias às esperadas, pautadas por oposição, resistência ou indiferença. Por não se concretizarem, estas expectativas excessivamente otimistas podem gerar sentimentos de tensão, angústia, frustração, injustiça, ou mesmo a dúvida sobre “o que é que eu estou a fazer mal?”.

Pelo contrário, as expectativas demasiado pessimistas, de que “claro que vai correr mal”, podem derivar de mitos também eles “negativos” como, por exemplo, o “Mito do Amor Impossível”. Esta ideia pode levar a que muitas madrastas e padrastos desinvistam, logo à partida, da relação com os enteados, conduzindo a isolamento, hipervigilância, tensão ou culpa.

Conhecer, refletir e desconstruir estes mitos é fundamental!  

A madrasta ainda continua a ser muito encarada como “a bruxa má que trata mal os enteados” e o padrasto como “o tio fixe que leva os miúdos ao futebol”. O preconceito neste assunto também tem género?

Rute Agulhas - Daquela que é a nossa experiência, mantém-se uma conotação negativa associada às madrastas e aos padrastos - ambos percecionados como maus e potencialmente maltratantes. Falamos de preconceitos que têm sido muito potenciados pelas histórias do imaginário infantil (como a Cinderela), perpetuando-se ao longo do tempo e que se traduzem também, por exemplo, em provérbios ou expressões populares (por exemplo: “sorte madrasta”, “mais vale ruim pai que bom padrasto”).

Importa sublinhar que estas perceções negativas são um mito e que não se verificam mais situações de maus-tratos, negligência ou abuso sexual nas famílias recompostas do que nas famílias nucleares.

Deve uma madrasta ou um padrasto impor as próprias regras e os próprios limites? Se sim, quando é a altura da relação com o enteado indicada para o fazer?

Rute Agulhas - A madrasta ou o padrasto deve começar por investir no estabelecimento de laços afetivos com as crianças e, só depois começar então, devagarinho, a definir regras e limites. Sem esta base afetiva, as regras e limites encontrarão muita resistência pela frente, e é neste contexto que surgem as célebres frases “não és meu pai” e “não és minha mãe”.

Até estar estabelecida uma relação segura e de confiança, a madrastas e o padrasto deve privilegiar experiências em conjunto para que possam conhecer-se uns aos outros. Deve ser um adulto de referência a quem a criança possa recorrer em caso de necessidade, e não um adulto autoritário e disciplinador.

Como posso facilitar a adaptação da criança à realidade de ter mais uma pessoa na sua vida?

Adriana Morão - Compreender a perspetiva da criança e o impacto das mudanças que se adivinham na vida da criança, e que são muitas, é um bom ponto de partida.

Será fundamental, algumas semanas ou meses antes de concretizar o início da vivência conjunta, o pai ou a mãe ter uma conversa com a criança em que, de forma simples, breve e empática, lhe explique os planos que têm e as mudanças ou alterações que se perspetivam. O adulto deve mostrar empatia e compreensão pelas emoções da criança e tentar responder às perguntas, receios e preocupações que ela poderá colocar.

Importa ainda proteger a criança do conflito e discórdias parentais, oferecer um ambiente familiar seguro, estável e harmonioso. No livro, abordamos a necessidade de estar alerta para alguns sinais que podem indicar dificuldades de adaptação das crianças, e para a necessidade de compreender e procurar atenuar os conflitos de lealdade das crianças ou a queda nas chamadas “armadilhas da lealdade”.

E quando os enteados são mais crescidos, como agir?

Adriana Morão - Se as crianças mais novas, de uma forma geral, se adaptam mais facilmente à nova realidade, os adolescentes (que se encontram numa fase do desenvolvimento especialmente desafiante, com comportamentos de maior oposição e teste dos limites) tendem a sentir maior dificuldade em integrar a madrasta ou o padrasto na sua vida, podendo reagir com resistência, indiferença ou distanciamento. É importante estabelecer primeiro uma relação afetiva com os enteados adolescentes, sem forçar ou impor e, ao mesmo tempo, evitar “entrar a pés juntos” no estabelecimento de regras e limites.

Face à frase que tantas madrastas e padrastos receiam ouvir, “não és minha mãe” ou “não és meu pai”, há que estar preparado se ela surgir, respondendo sem negar o óbvio - por exemplo, “sim, é verdade, não sou tua mãe. Sou tua madrasta, gosto de ti e preocupo-me contigo, por isso tento ajudar-te...”

Importa não encarar o teste de limites ou os comportamentos mais desafiantes dos enteados adolescentes como um ataque pessoal e, ainda, evitar reagir em espelho, o que apenas contribuirá para a escalada do conflito.  

Que cuidados a ter para que a relação com os enteados não interfira no bom funcionamento do casal?

Adriana Morão - Embora a relação com os enteados seja muito importante, demora necessariamente algum tempo e não pode ser priorizada em detrimento da relação do casal, nem interferir no seu bom funcionamento. É fundamental investir na relação a dois porque é esta relação que está na base da nova família. Por isso, dedicámos um capítulo à relação de casal e aos principais desafios que os casais das famílias recompostas encontram, abordando a comunicação, a construção de uma relação a dois saudável, a gestão dos conflitos e as diferentes linguagens do amor. 

A psicóloga Adriana Morão fala da importância do reforço da relação entre o casal: "É fundamental investir na relação a dois porque é esta relação que está na base da nova família".

Podemos resumir, como principais cuidados a ter: dedicar tempo para terem momentos e rituais a dois; comunicar de forma clara e objetiva, partilhando aquilo que se pensa e sente; saber gerir os conflitos de uma forma mais assertiva, privilegiando estratégias de cooperação.

Muitas vezes, o foco de problemas está na relação com o outro progenitor, que não faz parte da família recomposta. Que cuidados devo ter com esta relação?

Adriana Morão - Apesar de não viver na mesma casa, é frequente sentir-se que o outro progenitor está lá em permanência. Por isso, falamos do “fantasma do ex".

É muito importante perceber, respeitar e aceitar o papel do outro progenitor, enquanto pai/ mãe das crianças, e não tentar substituí-lo, mesmo que seja muito ausente ou tenha mesmo falecido – as madrastas não são segundas mães, e os padrastos não são segundos pais. Respeitar o papel do outro progenitor é, também, uma forma de ganhar o respeito das crianças.

As madrastas e os padrastos devem ainda afastar-se dos conflitos entre os pais das crianças, abstendo-se de tecer quaisquer comentários depreciativos, comparações ou críticas face ao outro progenitor na presença das crianças.

Quando os conflitos se instalam, o que fazer?

Rute Agulhas - Os conflitos relacionais são inevitáveis e têm também uma função positiva, ajudando a identificar interações que não funcionam e a compreender melhor os outros. A gestão saudável dos conflitos envolve a regulação das emoções e a capacidade em escutar e dialogar de forma ajustada, comunicando de forma clara e objetiva.

No livro falamos sobre os “4 Cavaleiros do Apocalipse”, que traduzem padrões de comunicação disfuncionais e potenciadores do conflito – criticismo, desprezo, defensividade e muros de silêncio – e dos antídotos a serem usados face a cada um deles.

Se o casal considerar que não está a conseguir superar as diferenças e discórdias, deverá procurar ajuda profissional especializada.

Se vos pedisse alguns conselhos para uma sã convivência no seio das famílias recompostas, que conselhos me dariam?

Rute Agulhas – Deixamos aqui alguns conselhos:

  1. Reconheça e aceite o seu papel e o papel dos outros.
  2. Não tente substituir o outro progenitor, mesmo que ele tenha falecido ou seja muito ausente. As madrastas não são segundas mães e os padrastos não são segundos pais.
  3. Seja realista no que respeita aos seus desejos e expetativas.
  4. Invista na relação de casal, ao mesmo tempo que se dedica à relação com as crianças.
  5. Seja paciente e avance devagar, dando tempo às crianças para que o conheçam e aceitem.
  6. Estabeleça laços afetivos e ganhe a confiança e o respeito das crianças. Desenvolver uma relação com respeito uns pelos outros exige tempo, esforço e compromisso.
  7. Comece a definir regras e limites de forma gradual, à medida que sente que a relação com as crianças está a evoluir de forma positiva.
  8. Partilhe aquilo que sente com o outro elemento do casal ou com outras pessoas mais próximas. Não guarde apenas para si aquilo que sente.
  9. Liberte-se da culpa. Todos os pais sentem dificuldades com os seus filhos. Não se responsabilize por todos os problemas que as crianças experienciem.
  10. Aceite que o amor entre as diferentes pessoas do sistema familiar não pode ser forçado nem apressado. Precisa de tempo e de experiências gratificantes para começar a desenvolver-se.
  11. Dedique um tempo especial a cada uma das crianças e criem rituais diferenciados. Outros rituais devem envolver toda a família.
  12. Permita que as crianças partilhem aquilo que pensam e sentem, dando espaço para que coloque dúvidas e questões.
  13. Proteja as crianças das discórdias e conflitos parentais.  
  14. Aceite aquilo que não pode mudar.

Vamos agora às questões de cariz legal. Que direitos e deveres legais tem uma madrasta ou um padrasto?

Nuno Cardoso Ribeiro – A nossa lei contém uma série de normas que regulam as relações entre madrasta ou padrasto e o seu enteado. Assim, por exemplo, a madrasta ou padrasto poderão ser chamados ao exercício das responsabilidades parentais sobre o seu enteado; poderão recusar-se a depor em tribunal em processos criminais em que seja arguido o seu enteado, e vice-versa; a adoção de enteados por uma madrasta ou padrasto tem regras mais favoráveis; o enteado poderá adotar apelidos da sua madrasta ou padrasto, etc.

Então, uma madrasta ou um padrasto podem ser chamados ao exercício da tutela dos direitos parentais de uma criança? Se sim, em que circunstâncias?

Nuno Cardoso Ribeiro – Em caso de impedimento ou falecimento dos progenitores, a madrasta ou padrasto poderão ser chamados ao exercício das responsabilidades parentais. Aliás, têm até, nestes casos, preferência relativamente aos avós, por exemplo, o que traduz uma opção do nosso legislador muito questionável.

O advogado Nuno Cardoso-Ribeiro aborda os aspectos legais: "A nossa lei contém uma série de normas que regulam as relações entre madrasta ou padrasto e o seu enteado".

Tem direito, por exemplo, a visitas aos enteados?

Nuno Cardoso Ribeiro – O Código Civil apenas prevê expressamente que os ascendentes (avós, bisavós, etc.) e os irmãos poderão reivindicar contactos com a criança ou jovem (Cf. o art. 1887º-A). São, assim, excluídos da previsão legal uma série de pessoas que poderão ter estabelecido com a criança ou jovem uma relação muito significativa e que, na defesa do seu superior interesse, urja preservar. Os nossos tribunais, reconhecendo isso mesmo, têm aceitado que, para além dos avós e irmãos, existem outras pessoas que poderão, com sucesso, reivindicar um regime de contactos com a criança ou jovem. Estão nestes casos os tios e os padrinhos, por exemplo, e não existe razão para que o mesmo entendimento não seja extensível às madrastas e padrastos. Assim, e em nosso entender, pese embora a lei não o preveja expressamente, os tribunais poderão fixar regimes de contactos entre um enteado e a sua madrasta ou padrasto, sempre que tal corresponda ao seu superior interesse.

Uma madrasta ou um padrasto pode, por exemplo, ser obrigado/a a pagar a pensão de alimentos do enteado? Se sim, em que circunstâncias?

Nuno Cardoso Ribeiro – A madrasta ou padrasto poderá ser chamado a pagar uma pensão de alimentos ao seu enteado com menos de 18 anos se, no momento do falecimento do cônjuge, a criança estivesse a cargo deste. Note-se, porém, que a madrasta ou enteado ocupam a última classe dos obrigados a alimentos e só serão chamados a fazê-lo se os primeiros obrigados não o puderem fazer. É que, em primeira linha, esta obrigação recai sobre avós, bisavós, irmãos e tios, só sendo chamados a madrasta ou padrasto se nenhum deles estiver em condições de pagar uma pensão de alimentos à criança ou jovem.

Também por via indireta poderá suceder que a madrasta ou padrasto seja chamado ao pagamento de despesas do seu enteado. É que os casados estão obrigados a contribuir para o pagamento das despesas domésticas e, naturalmente, entre estas conta-se o sustento das crianças que são filhas de ambos, ou de apenas de um ou de outro.

Em caso de divórcio, por outro lado, poderá haver lugar ao pagamento de uma pensão de alimentos de um ex-cônjuge ao outro. Ora, no cálculo do montante da pensão de alimentos a pagar, entrarão em linha de conta as despesas com o sustento das crianças que estão a cargo do beneficiário da pensão.

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