Mourinho: «Agradeço ao Proença que me expulsou na primeira vez que me viu»

Vítor Maia , Pavilhão Rosa Mota, Porto
19 nov 2022, 17:01
Roma-Ludogorets

O «Special One» foi distinguido com o prémio carreira para melhor treinador pela Liga, no «Thinking Football Summit»

José Mourinho foi um dos homenageados no «Thinking Football Summit», evento organizado pela Liga Portugal e que decorre no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. O técnico da Roma foi distinguido com o prémio carreira para melhor treinador enquanto Jorge Mendes recebeu prémio carreira para melhor agente e Paulo Futre o prémio carreira para melhor futebolista.

No discurso depois de ser distinguido, o «Special One» emocionou-se ao relembrar Rosa Mota, antiga campeã olímpica portuguesa.

«A primeira coisa que pensei hoje quando cheguei foi Rosa Mota. Estamos a falar de portugueses, como eu, o Jorge [Mendes] e o Paulo [Futre] e tantos outros, que tivemos a honra de fazer qualquer coisa pelo nosso país», começou por referir. 

«Foi a Rosa que me trouxe a emoção quando aqui cheguei, e como não a vejo há imensos anos, não quero que ela se queixe que, principalmente a minha geração de portugueses lhe deve tanto. A honra que sinto por isto [receber o prémio] é inferior à que sinto por estar na casa da Rosa Mota», acrescentou.

De seguida, Mourinho agradeceu ao Pedro Proença sem deixar de lembrar o jogo em que este o expulsou.

«Quero agradecer ao presidente Pedro Proença, que na primeira vez que me viu expulsou-me... E na última vez que me viu foi num PSG-Chelsea, que nós passámos às meias-finais da Champions. O tempo passa, a consideração aumenta. Ele sabe que pode contar comigo no seu trabalho de elevar a Liga», atirou. 

Quero agradecer ao presidente Pedro Proença, que a primeira vez que me viu expulsou-me...E na última vez que me viu foi um Paris-Saint Germain-Chelsea, que nós passámos, penso que às meias-finais da Champions, o tempo passa, a consideração aumenta, ele sabe que pode contar comigo, no seu trabalho de elevar a Liga Portugal

Na continuação do discurso, José Mourinho recuperou a icónica conferência de apresentação no Chelsea na qual se intitulou de «Special One».

«A história do Special One na primeira conferência em Inglaterra... tinha sido campeão europeu dois dias antes. Hoje em dia, as pessoas são tão grandes com tão pouco e, naquele momento, ser campeão europeu com uma equipa portuguesa, que começou um final europeia com nove portugueses. Se acontecesse em qualquer outro país seria uma coisa gigantesca. Dois dias após um final sou confrontado com dúvidas sobre se poderia fazer bem ou mal. Hoje já não se põe, alguém desbravou caminho a esse nível. Se pude ajudar a desbravar caminho para que hoje se possa chegar a campeonatos dos mais importantes da Europa, se possa chegar tendo conseguido nada ou tão pouco, eu fico contente. Agora também sou honesto, eu não fiz a pensar em ninguém, fiz a pensar em mim próprio», disse.

Por fim, Mourinho não esqueceu quem estava ao seu lado no palco: Futre e Jorge Mendes.

«Quero dizer o que eles sabem. Conheci o Paulinho quando ela era o grande Futre e eu era um jovem treinador, assistente, disposto a trabalhar 24 horas por dia para conseguir chegar onde pensava que podia chegar. Naquele dia em que o conheci percebi que paralelamente ao jogador que ele era havia um coração ainda maior do que o jogador. A partir daí Paulinho, Zezinho e assim vamos morrer os dois. O Jorge é um companheiro de viagem, no meu caso, não preciso dizer o agente que ele é. No futebol há muita subjectividade, mas também há coisas objectivas e as coisas objectivas são o que tem feito pelo futebol português, pelos clubes portugueses, pelos jogadores portugueses e pela conta bancária dele», concluiu, soltando gargalhadas à plateia.

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