Rolling Stones e treinos de bicicleta: o regresso de Mourinho ao trabalho

27 mai 2020, 11:26
Mourinho (Tottenham)

Técnico português admitiu que é «complicado» ver a Bundesliga recomeçar sem saber quando voltará a jogar para a Premier League e revelou que passou a quarentena com a equipa técnica e que ouviam «Living in a Ghost Town» a caminho do centro de treinos

Já imaginou um treinador a orientar treinos de bicicleta? A explicação para Mourinho andar de bicicleta de um lado para o outro no centro de treinos do Tottenham está relacionada com o facto de os jogadores estarem a trabalhar individualmente seguindo as normas das autoridades de saúde britânicas devido à pandemia de Covid-19.

«Foi um sentimento incrível para todos voltarem ao relvado, porque todos tínhamos falta até do cheiro da relva! Houve um período em que começámos a treinar às 9h da manhã e acabámos às 17h. Os jogadores treinavam individualmente em horários diferentes. Havia jogadores a chegarem às 10h00, 11h00, 12h00, 13h00, 14h00, 15h00, 16h00 e 17h00», começou por dizer em entrevista à Sky Sports.

«Para ser honesto, o meu staff estava mesmo cansado durante esse período. Podem encontrar uma foto minha engraçada a andar de bicicleta, porque os jogadores separados por enormes distâncias e sem a bicicleta não podia controlar todas as sessões de treino», acrescentou. 

O técnico português confessou estar a viver um momento difícil pela indefinição relativamente ao recomeço da Premier League.

«Honestamente desde que a Bundesliga recomeçou, que as Ligas portuguesa e espanhola anunciaram as datas de retoma, penso que foi o momento mais difícil para nós. Queremos jogar e é complicado ver equipas dos outros países a jogarem e nós não. Sempre adorei e tentei que os meus jogadores adorassem o período natalício de forma a estarem felizes e darem às pessoas o que eles adoram. Neste momento sentimos o oposto», admitiu. 

Mourinho defendeu ainda que a pandemia de Covid-19 vai afetar o futebol, sobretudo as verbas gastas no mercado de transferências.


«É normal que o mercado seja diferente. Não vejo o mundo e especialmente o mundo do futebol preparado para os números loucos a que estava habituado e alguns investimentos loucos que alguns clubes e ligas estão habituados a fazer. Mas a minha primeira questão é: quando será o mercado de transferências? Penso que não será em Julho e Agosto, vai ser mais tarde. Gostava que o Tottenham fosse sensível, equilibrado, sem gastar rios de dinheiro e que respeite a situação que a sociedade em geral vive», argumentou.

Por último, o «Special One» revelou que passou a quarentena com a sua equipa técnica perto do centro de treinos dos spurs.


«Decidimos ficar todos juntos. Assim, facilmente podemos comunicar e não quebrar as regras. Vocês sabem do episódio que tive com o Tanguy [Ndombélé], mas estava a viver na mesma casa com os meus assistentes. Podemos trabalhar, analisar e preparar para as reuniões via Zoom. Foi importante porque tivemos tempo para analisar os nossos jogos. Durante esse período, íamos de carro para o centro de treinos, um viagem de poucos minutos. Colocávamos a música 'Living in a Ghost Town' dos Rolling Stones porque era esse o sentimento que tínhamos», concluiu. 

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