Caso Maddie: PJ pede desculpa aos McCann

Sandra Felgueiras , notícia atualizada às 7:29
30 out 2023, 06:00
Pais de Madeleine McCann (Photo by Dan Kitwood_Getty Images)

Judiciária foi a Londres e pediu desculpa ao casal McCann, pais de Madeleine. Mais de 16 anos depois do desaparecimento de Madeleine McCann do apartamento alugado pelos pais na praia da Luz, a intervenção das autoridades portuguesas está a chegar ao fim.

Uma delegação da Polícia Judiciária foi a Londres no início do ano pedir desculpa ao casal McCann pela forma como foi investigado o desaparecimento da sua filha Madeleine. 

Mais de 16 anos depois do desaparecimento de Madeleine McCann do apartamento arrendado pelos pais na praia da Luz, no Algarve, a intervenção das autoridades portuguesas está a chegar ao fim. Em Portugal, a investigação há muito que deveria estar concluída. A prescrição do crime de homicídio que cessa no nosso país ao fim de 15 anos foi apenas interrompida com a constituição de Christian Bruckner como arguido, mas o prazo não poderá ser estendido para sempre.

Além disso, o único suspeito pelo desaparecimento da criança inglesa, Christian Bruckner, está preso na Alemanha, pela violação de uma septuagenária norte-americana também na praia da Luz. O alemão de 46 anos prepara-se para ser julgado em Braunschweig por outros cinco crimes cometidos no Algarve, já no próximo ano. Bruckner enfrenta três acusações de violação e duas de assédio a menores de idade. Um dos assédios envolveu uma criança inglesa na praia da Salema, apenas um mês antes de Madeleine McCann ter desaparecido.

A partir do próximo ano, o caso mais mediático do planeta poderá ficar apenas a cargo da polícia alemã.

O procurador de Braunschweig, Hans Christian Wolters, insiste que tem "provas materiais" de que Madeleine está morta e de que o assassino é Christian Bruckner. Contudo, três anos após a revelação, o único suspeito não foi sequer acusado.

O "Panorama" da BBC, um dos principais programas de investigação da televisão pública inglesa, garante que os McCann mantêm-se em silêncio quer sobre as últimas pistas que apontam para a morte da filha, quer sobre o pedido de desculpas que lhes foi dirigido pela PJ ainda este ano. 

O caso começou por ser investigado pelo inspector Gonçalo Amaral, que acabou afastado depois de o ter comentado publicamente para um jornal. O ex-inspetor publicou depois um livro e um documentário a acusar o casal McCann de ter assassinado a filha e de ter simulado um rapto. Gonçalo Amaral mantém esta tese até hoje, apesar do processo judicial que o opôs aos McCann e que acabou por ganhar em Setembro do ano passado no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Ainda assim, a hipótese de investigação que levantou foi completamente descredibilizada por todas as autoridades envolvidas. A própria PJ, atualmente liderada por Luis Neves, mantém-se ao lado da polícia alemã, considerando que o único suspeito "credível" é o alemão Christian Bruckner, que viveu em Portugal entre 1998 e 2017. 

A TVI e CNN Portugal sabem ainda que, apesar de tudo, a Polícia Judiciária tem sérias dúvidas de que algum dia venha a ser possível, mesmo à justica alemã, que não lida com os mesmos problemas de prescrição,  acusar Bruckner pela morte de Madeleine.

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