Vizela-Desp. Chaves, 0-1 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio do FC Vizela
15 abr, 22:18
Vizela-Chaves (Estela Silva/Lusa)

Ligados à máquina de calcular: Chaves passa a lanterna

Diagnóstico de sinais vitais. Num jogo entre aflitos, entre os dois últimos classificados da tabela, o Desportivo de Chaves somou aquela que foi a segunda vitória nos últimos dezassete jogos (0-1), entregando a lanterna vermelha que há muito carregava ao Vizela.

Na tal prova de vida, não deixa de respirar o conjunto flaviense, continuando com uma réstia de esperança, ainda que num prognóstico muito reservado. A equipa de Moreno, que conseguiu a segunda vitória deste campeonato fora de portas, vence graças a um remate de Kelechi desviado por Jota para a sua própria baliza, deixando o Vizela na mesma situação: ligado à máquina de calcular, com probabilidade de manutenção reduzida.

Com onze golos sofridos nas últimas três rondas, os vizelenses averbam a quarta derrota consecutiva, num contexto cada vez mais turbulento no clube, que rapidamente apaga a entrada destemida neste jogo, com vários lances de golo a acabar bloqueados.

Lei de Murphy deu as mãos aos vizelenses

Perante duas equipas emperradas no fundo da classificação, com vários momentos dramáticos – basta ver os jogos da última jornada de cada um dos emblemas – era expectável que a Lei de Murphy pudesse mostrar-se no duelo de aflitos. Apareceu de mãos dadas com a equipa da casa.

O conjunto de Ruben de la Barrera entrou claramente por cima, antes de sair lesionado ainda Petrov travou um duelo individual com Hugo Souza, com vantagem para o guarda-redes, e quando não era o guardião a travar o remate era o colega Matheus Pereira a estar entre o caminho da bola e a baliza.

Até que ao minuto 29, numa das primeiras saídas em contragolpe dos flavienses, o Vizela confirmou a tal lei. Kelechi conduziu o ataque, viu um ressalto de bola vir ter consigo para armar o remate na meia lua. Jota apareceu no caminho da bola, mas desviou para a própria baliza e deixou a equipa do Desportivo de Chaves em vantagem, que até podia ter sido ampliada caso João Correia tivesse definido melhor quando apareceu por duas vezes isolado em superioridade numérica na cara de Ruberto.

Chaves passa a lanterna

Agarrou-se como pôde à vantagem o conjunto flaviense na segunda metade. João Correia teve logo a seguir ao intervalo mais uma oportunidade, aparecendo pela terceira vez isolado. Não conseguiu bater Ruberto mais uma vez e, esperando-se uma reação vizelense, a verdade é que a equipa de Ruben de la Barrera não mais conseguiu ter a preponderância com que entrou no jogo.

Acabou o jogo com um autêntico cerco à área de Hugo Souza, mas faltou sentido prático, faltou nervo e astúcia para conseguir romper. Um Chaves organizado e minimamente competente foi conseguindo suster o ímpeto adversário e quando foi necessário usou e abusou das pausas no jogo. Vasco Fernandes que o diga.

O apito final de João Pinheiro confirmou o regresso aos triunfos do Chaves, dois meses depois. Os flavienses vão para lá do Marão com a sensação de que há quem esteja pior, a cinco pontos do lugar que garante o play-off. Com a Lei de Murphy, o Vizela recebe a lanterna vermelha, continuando a eis pontos do antepenúltimo lugar.

 

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