Desp. Chaves-Sporting, 2-3 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Municipal Engº Manuel Branco Teixeira, Chaves
20 fev 2023, 21:03

Pote tira o peso das pernas ao leão

Em Chaves, as pernas do leão ainda tremeram um pouco.

Valeu (e muito) Pote, que desta vez não ouviu apupos e, a jogar bem perto de casa (Vidago), ajudou a tirar algum do peso de uma semana difícil. 

Pelo contrário, ouviu a alegria dos adeptos, apesar de não ter festejado nos dois golos que lançaram a difícil vitória em Trás-os-Montes (2-3), na resposta necessária após a derrota no clássico e um empate com uma exibição apagada frente ao Midtjylland. Mas, no fim, foi junto dos adeptos entregar a camisola.

João Teixeira ainda empatou após o penálti madrugador do Sporting e criou dúvidas no leão ao intervalo, mas o bis de Pote e um golo de Nuno Santos permitiram tirar algum peso das pernas. Héctor reduziu, mas já foi muito tarde. Por fim, confiança reforçada antes da viagem à Dinamarca e o encontro com a «fome» de vitórias. Não foi uma exibição de gala, mas foi o desfecho mais importante, no «jogo a jogo» de Amorim.

Longe de Alvalade, isto tem sido um problema maior, mas o Sporting entrou bem num terreno onde só tinha ganho por cinco vezes em 18 ocasiões. Fez o que tantas vezes Amorim diz que dá tranquilidade e confiança à equipa: o golo cedo, aos oito minutos. O árbitro António Nobre assinalou penálti após lance entre Rodrigo Moura e Paulinho – tudo nasceu numa rápida saída por Trincão e Edwards – e Pedro Gonçalves bateu o guarda-redes de 27 anos, em estreia absoluta na I Liga. Não festejou.

O mais difícil parecia feito. A equipa ia-se soltando. As pernas não tremiam. Mas ainda pairava no ar uma certa desconfiança, que só um segundo golo imediato podia eliminar (Paulinho esteve perto, mas atirou à trave). Sabedor disso e a querer responder, o Desportivo de Chaves equilibrou aos poucos.

Adán, numa época de altos e baixos, começou a emergir às custas da melhoria do Chaves e dos espaços raramente encontrados nos primeiros 20 minutos. Euller e Juninho deram os primeiros dois avisos, mas o espanhol emergiu com duas boas defesas (a segunda, sobretudo). Já não conseguiu foi deter o belíssimo remate de João Teixeira, que ainda bateu à frente do espanhol antes de entrar junto ao poste (34m). Um golo que traduzia as melhorias do Chaves, que até voltou a marcar perto do intervalo por Euller, mas Abass estava adiantado. Pelo meio, Bellerín desperdiçou uma vantagem que, mais tarde, teimou em ser adiada.

Paulinho “bisou”, mas só valeu Pote

Adiada porque o Sporting só precisou de 45 segundos após o regresso para Paulinho marcar, mas o avançado estava adiantado quando Nuno Santos cruzou. Já após uma grande defesa de Rodrigo Moura ao extremo português, Paulinho fez um bis de golos anulados (12 centímetros adiantado após nova assistência de Nuno Santos).

Mas o bis que valeu foi mesmo o de Pote.

Morita tinha acabado de entrar e Campelos tinha lançado Héctor e Guima e o Sporting não perdeu tempo, marcando num lance rápido em que o médio ganhou espaço da esquerda para o meio e rematou colocado (61m).

Nove minutos depois, um canto do Chaves originou o 3-1. Edwards lançou Paulinho e o avançado esperou a entrada de Nuno Santos para um remate que só parou no fundo da baliza após desviar em Guima (70m).

Desta vez Chermiti bateu, mas desta vez Rodrigo parou. E Héctor chegou tarde

A vantagem de dois golos deu notória serenidade ao Sporting e Amorim, a menos de 72 horas da decisão europeia, descansou de imediato o estreante a titular Diomande e também Edwards, lançando St. Juste e Arthur Gomes para os 20 minutos finais.

Houve ainda tempo para Tanlongo, para Chermiti… e para o jovem avançado bater um penálti, por falta de Habib Sylla sobre Pote. Só que, desta vez, Rodrigo Moura fez o que não tinha conseguido fazer na primeira parte. Héctor, de regresso dois meses e meio depois, ainda reduziu, mas já escassos segundos havia para contrariar o leão.

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