Marítimo-Estoril, 1-0 (crónica)

Raul Caires , Estádio dos Barreiros, Funchal
22 jan 2023, 18:14
Marítimo-Estoril (HOMEM DE GOUVEIA/LUSA)

Marítimo sofre mas trava Estoril no "Caldeirão"

Sofrida, muito sofrida a vitória que o Marítimo somou este domingo na receção ao Estoril, em jogo da 17.ª jornada da Liga. Mas o segundo triunfo caseiro da época dos insulares encerra muito mérito.

Reduzidos a dez desde os 60 minutos, os insulares conseguiram segurar a vantagem alcançada muito cedo por René Santos, e também ter a calma suficiente para não deixar os três pontos fugir num jogo que se tornou muito quezilento desde a expulsão.

O Estoril, muito desinspirado, fez de tudo para chegar ao empate, mas pecou na zona de definição, o que serviu para deixar os verde-rubros sempre mais confiantes quanto à obtenção de um bom resultado.  

A equipa de Nelson Veríssimo vinha de uma vitória sobre a equipa sensação da prova, o Casa Pia, enquanto o Marítimo procurava voltar aos pontos após o desaire averbado em casa do Vizela.

Mas foram os madeirenses a entrar melhor e logo aos três minutos abriram o marcador. Canto batido à maneira curta, Pablo Moreno ainda escorregou, mas aguentou a pressão e com um belo trabalho individual serviu milimetricamente para a cabeça de René Santos.

Cinco minutos depois, Moreno apareceu solto no coração da área, bem servido por Winck após tabela com Xadas, mas o espanhol atirou por cima quando só tinha Dani Figueira pela frente.   

Logo a seguir foi a vez de Siliki, também em excelente posição, fazer o mesmo para o Estoril, atirando com muita força para a bancada. Belo início de jogo, com as duas equipas a explorar bem os espaços com um futebol objetivo e direcionado para a ofensiva.

O Marítimo começou a perder gás após um lance de bola parada, em que Mosquera surgiu em boa posição para bater o guardião canarinho. Depois só deu Estoril, mas a equipa de Nelson Veríssimo destacou-se mais pela posse de bola do que pelas ocasiões para chegar ao empate.  

Aos 23m, João Carvalho obrigou Makaridze a defesa de recurso, com a tarefa do guardião georgiano a ser dificultada pelo do sol, que o pode ter encandeado. Uns minutos depois da meia hora, um certo facilitismo da defesa madeirense ofereceu a bola a Siliki, mas o avançado camaronês, à entrada da área, atirou mais uma vez na direção dos adeptos.

O Marítimo cedeu a iniciativa, recuando para apostar nas transições rápidas. Acabou por não chegar como queria na frente, mas foi controlando as investidas do Estoril, que também pecou na definição uma vez chegado ao último reduto dos madeirenses.

Para a segunda parte, José Gomes deixou o ‘amarelado’ Val Soares e Pablo Moreno (esteve no golo depois acumulou uma série de más opções) nas cabines, por troca com Beltrame e André Vidigal. Já Nelson Veríssimo, sacrificou Ndiyae para injetar mais poder ofensivo com a entrada de Rodrigo Martins.

Vitor Costa, lateral esquerdo do Marítimo, abriu as hostilidades no segundo tempo, com um remate à entrada da área que passou muito perto do poste esquerdo da baliza do Estoril. Os canarinhos reagiram logo a seguir, com um remate de Joãozinho em que a bola, ao desviar num adversário, quase traiu Makaridze.

O jogo prometia uma toada de parada e resposta, mas João Afonso, numa atitude irrefletida no meio de uma confusão entre jogadores, acabou por ver o segundo amarelo, deixando o Marítimo a atuar menos um jogador em campo.

Seguiram-se momentos de quezília de parte a parte, mas com o Estoril a criar vários lances de golo. Porém, o cabeceamento de Benchimol e o remate de Tiago Gouveia saíram ao lado.

Com dificuldades para sair do seu meio campo, a equipa de José Gomes, já reforçada com mais elementos defensivos, foi aguentando as investidas do Estoril, que foi denotando falta de ideias claras para chegar ao empate.

O jogo continuou a ser afetado por momentos quezilentos, com muitas faltas e algumas paragens, que contribuíram para os 11 minutos de descontos dados pela equipa de arbitragem.   

Até ao fim foi saber sofrer, mas tarefa que foi facilitada com o apoio de um Caldeirão com mais de nove mil adeptos em festa z cada lance ganho e que permitia manter a bola longe das redes da equipa da casa.   

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