P. Ferreira-FC Porto, 0-2 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira
22 abr 2023, 22:54

Contra todos os riscos: móvel do Dragão seguro na pressão à águia

O FC Porto escapou ileso a um acidente de percurso na Capital do Móvel e colocou-se a um ponto do líder Benfica, com a vitória por 2-0 em Paços de Ferreira.

Mehdi Taremi abriu o marcador de penálti e um golo do recém-entrado Toni Martínez sentenciou um jogo acidentado, no qual os dragões tiveram, por fim, seguro contra todos os riscos e, de forma móvel, estacionaram com firmeza na pressão à águia, que no domingo recebe o Estoril. O Paços perde mais uma oportunidade para encostar ao Marítimo.

Em Paços de Ferreira, a viagem do FC Porto na perseguição ao primeiro lugar foi atribulada. Manteve desperto Sérgio Conceição, que só aos 66 minutos respirou um pouco melhor com o golo de Taremi, antes do alívio final ao minuto 83, depois de uma primeira parte cheia de peripécias.

Um penálti assinalado para os azuis e brancos e depois revertido. Uma expulsão para o Paços de Ferreira com dois amarelos em dois minutos. No meio disto na primeira parte, o Paços a entrar perigoso e o FC Porto a assumir, aos poucos, a procura do golo. Porém, foram poucas oportunidades reais, entre muita luta e algumas quezílias.

Os castores, a precisar de pontos para fugir à descida, ameaçaram o golo num lance de Holsgrove aos quatro minutos, mas valeu Pepe e depois Diogo Costa afastou um cruzamento venenoso de Gaitán. O FC Porto salvou o susto e manteve-se seguro.

A partir daí, arregaçou as mangas e foi à procura da vantagem, mas nem sempre foi fácil. Os caminhos estavam tapados. O FC Porto tentou de várias maneiras e ia chegando à área, mas faltava melhor conclusão. Mais do que isso, nas várias vezes em que chegou, houve pedidos de penálti. Taremi caiu na área em lance com Ferigra (6m), Pepê em lance com Antunes (33m) e Manafá em disputa com Nuno Lima (43m). No segundo destes lances, Fábio Veríssimo marcou falta de Antunes sobre Pepê, mas foi ver as imagens, reverteu a decisão e deixou o banco portista a ferver.

A primeira parte foi, na verdade, mais acidentada do que bem jogada.

Prova disso foram os cinco cartões mostrados em cima do intervalo, todos ao Paços e um deles vermelho: Holsgrove, imprudente, viu dois amarelos em dois minutos por faltas sobre Otávio e Pepê e foi para a rua.

Missão mais difícil para o Paços de César Peixoto, que tirou Gaitán e lançou Paulo Bernardo para uma segunda parte em que o FC Porto, naturalmente, começou a carregar desde cedo.

Afinal, o 0-0 era um risco e o FC Porto não estava seguro.

O reinício teve Vekic a ganhar o duelo por duas vezes a Taremi e Pepê falhou um golo certo no primeiro quarto de hora. O 0-0 ia persistindo, até que o recém-entrado André Franco caiu na área em lance com Nuno Lima e Fábio Veríssimo acabou a ir de novo ao ecrã para descortinar uma falta sobre o jogador do FC Porto.

Decisão a contrastar com a da primeira parte e Mehdi Taremi, à terceira, a bater Vekic e a encaminhar o triunfo do FC Porto, selado pouco mais de um quarto de hora depois. Os riscos já tinham diminuído com a obtenção da vantagem e Toni Martínez segurou os dragões rumo ao êxito, numa das mais bonitas jogadas, após um passe de Pepê para Namaso servir o espanhol, que esta semana renovou até 2027.

O Paços nunca deixou de lutar e, ainda com o 0-0, podia ter chegado à vantagem numa enorme ocasião de Alexandre Guedes. Aí falou a segurança e a valentia de Pepe, que recuperou os metros perdidos para o avançado, antes dos golos que colocam a equipa de Conceição firme na pressão ao Benfica.

No meio de tudo isto, algo que é muito mais do que futebol: Eustáquio foi aplaudido pelos adeptos do Paços no início do jogo, abraçado por Taremi no golo e entrou para os últimos minutos com o nome da mãe, Esmeralda, nas costas.

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