Boavista-FC Porto, 1-4 (crónica)

Sérgio Pires , Estádio do Bessa, Porto
12 nov 2022, 22:32

Sem comandante no banco foi o capitão a indicar o caminho

Sem o comandante Conceição no banco, foi capitão Marcano a encaminhar o triunfo na batalha do Bessa, que Galeno haveria de embelezar.

O FC Porto venceu o Boavista por 4-1 e isolou-se um pouco mais no segundo lugar da tabela na hora do até já à Liga Portuguesa, que por um mês e meio vai parar para dar lugar ao Mundial.

O dérbi da Invicta é sempre uma batalha. Com raça, fúria e alguma arte também. Com duelos intensos em que cada lance disputado como se fosse o último.

O dérbi é um jogo de futebol, naturalmente, mas também um combate, que começou com os dragões a desferirem golpes sucessivos logo no primeiro round.

É preciso fibra para passar no Bessa e foi isto que o FC Porto mostrou esta noite diante de uma equipa da casa que está a esvaziar o balão no último mês e meio e que bem pode agradecer a paragem mundialista.

O dérbi começou Boavista encostado às cordas no primeiro quarto de hora, numa sucessão de oportunidades dos portistas a jogarem a toda a largura e sobretudo com Pepê a lateral projetado a criar desequilíbrios sobre a direita.

Conceição, hoje na bancada por suspensão, apostou no 4-4-2 esperado, com Pepe já no banco e David Carmo na bancada aparentemente por opção. Petit respondeu num 3-4-3 com os alas a mostrarem preocupações defensivas, com a ausência notada de Seba Pérez no meio.

A pantera esquivou-se às primeiras chamas do dragão e, mesmo sem mostrar as garras, foi arrefecendo o ímpeto adversário.

Foi assim durante um largo período, até que aos 41m numa bola parada (pois claro!), os campeões nacionais encontraram o antídoto: canto na direita de Eustáquio, primeiro desvio de Evanilson e depois o capitão Marcano a aparecer a cabecear para o golo com que o FC Porto levou a vantagem para o intervalo, que chegou azarado para Evanilson.

O brasileiro do FC Porto fez uma torção no joelho e foi substituído por Toni Martínez.

Galeno à solta

Em termos táticos pouco mudou no FC Porto, que continuou a explorar a velocidade pelos flancos, até que aos 58m Galeno foi por ali fora e «obrigou» Cannon a fazer falta para segundo amarelo.

Com o Boavista em inferioridade numérica, o segundo golpe haveria de surgir meia dúzia de minutos depois: um golo de mundialistas (tal como Diogo Costa e Otávio, também no onze), com a cabeça de Taremi a servir Eustáquio, que colocou a bola junto ao poste mais distante da baliza de Bracali.

Com dois golos de vantagem para o FC Porto e menos um jogador para o Boavista, o jogo ficou ali praticamente resolvido.

O placard, porém, haveria de mexer e muito. Houve espaço ainda bons apontamentos de Bozenik, avançado eslovaco lançado por Petit que disparou forte ao ferro aos 75m.

Um susto para Diogo Costa, que na primeira parte deu outro a Portugal inteiro ao queixar-se da coxa tendo sido até assistido junto ao banco – situação ultrapassada ao longo do jogo.

Seguiram-se os golos: Galeno cada vez mais confiante soltou o seu talento e rompeu por completo a defesa da casa.

Aos 83m galgou metros e isolado na cara de Bracali fez o 3-0, aos 90m foi Otávio a colocá-lo na cara do golo para fazer o 4-1, praticamente na sequência de um livre fortíssimo com que Gorré fez o tento de hora dos axadrezados.

Dérbi fechado, venha daí o Mundial.

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