Rio Ave-Boavista, 1-0 (crónica)

André Cruz , Estádio dos Arcos, Vila do Conde
6 nov 2022, 17:31

Arco(s) do triunfo, a nova atração de Vila do Conde

O Rio Ave continua a fazer dos Arcos uma verdadeira fortaleza e somou o terceiro triunfo consecutivo dentro de portas, desta feita perante o Boavista (1-0), que prolongou o ciclo negativo do mês de outubro. Os homens de Petit não conseguem uma vitória desde setembro (2-1 com o Sporting, no Bessa).

A partida deste domingo foi pautada pelo equilíbrio e o Boavista, até pelas oportunidades que desperdiçou, justificava levar de Vila do Conde outro resultado. Contudo, Emmanuel Boateng teve uma tarde mais feliz do que Yusupha Njie - que tinha desperdiçado um penálti na última ronda -, no que à pontaria diz respeito.

FILME DO JOGO

O jogo começou como se previa, uma vez que estavam frente a frente duas equipas que ocupavam posições relativamente confortáveis na tabela. Boavisteiros e vilacondenses adotaram uma postura ofensiva, com olhos postos na baliza adversária e em chegar lá com rapidez. De resto, os primeiros 15 minutos foram um vaivém entre as redes defendidas por Jhnotan e as de Bracali.

A velocidade dos homens da frente fazia a diferença: de um lado Yusupha, do outro Emmanuel Boateng.

Após um início prometedor, o ritmo baixou e nem a animosidade da bancada foi capaz de catapultar para outro nível aquilo que acontecia dentro as quatro linhas. Ainda assim, no que concerne aos duelos individuais e disputas de bola, não se pode dizer que os jogadores não se entregaram totalmente, não se tratasse este de um jogo com uma rivalidade histórica, que as falanges de apoio fizeram questão de vincar com cânticos a atiçar o adversário.

Os minutos mais pacatos só foram agitados pouco antes do intervalo pela velocidade estonteante de Salvador Agra, que não teve medo da diferença de estatura física e deixou Patrick William para trás no lance mais periogoso da primeira parte. O extremo axadrezado fez tudo bem até ao momento do cruzamento, mas até aí contou com a ajuda de Vítor Gomes, que desviou a bola e só Jhonatan impediu que a pantera se chegasse à frente antes do apito para intervalo.

Também a segunda parte começou com um ritmo eletrizante, mas desta feita foi o Boavista a tentar chegar à vantagem e poder construir um triunfo que deixasse para trás o ciclo de maus resultados.

A pantera sabia onde podia atacar os homens da caravela e exploravam o lado esquerdo insistentemente, através da profundidade de Ricardo Mangas. Quando não funcionava, era Yusupha a desequilibrar na velocidade, mas a deixar Petit desesperado por uma definição melhor.

Depois de se recompor da entrada boavisteira, os vilacondenses equilibraram forças e chegaram ao golo pela rapidez do homem da frente. Josué viu Boateng a desmarcar-se e colocou o passe longo para o ganês que, depois, deu uma aula de classe: receção perfeita, temporização e remate colocado.

O Rio Ave, à semelhança do que aconteceu nos últimos dois jogos nos Arcos, apanhava-se a vencer por 1-0 e não queria deixar fugir a vantagem. Do outro lado, Petit deu a volta à disposição do xadrez, desfez a linha de três centrais e dotou a pantera de armas ofensivas. Apesar do caudal ofensivo, faltou muito acerto, sobretudo a Yusupha, que desperdiçou nova ocasião flagrante na reta final e não evitou a terceira derrota da pantera nos últimos cinco jogos.

Por sua vez, a equipa de Luís Freire deu mais uma prova de que há motivos para recear uma visita a Vila do Conde: pode deparar-se com o Arco(s) do triunfo, a nova atração da cidade.

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