Boavista-Rio Ave, 0-0 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Bessa, Porto
30 mar, 19:58

Nau vilacondense sofre rombo, mas encaixa bem no xadrez

Boavista e Rio Ave empataram sem golos no Bessa, este sábado, num jogo em que os vilacondenses saem com mais mérito face aos acontecimentos do jogo da 27.ª jornada.

A equipa de Luís Freire teve duas alterações forçadas por lesão na primeira parte, jogou em inferioridade numérica cerca de 30 minutos – após a expulsão de Boateng aos 62m – mas acabou por equilibrar forças e até, com dez, a ser por vezes melhor do que o Boavista, que deveu a si, sobretudo com mais um jogador em campo, talvez mais rasgo, inspiração e capacidade para somar a vitória.

Apesar de algumas aproximações e tentativas de parte a parte, a primeira parte não teve muitas verdadeiras ocasiões de golo e foram inexistentes os remates que obrigaram João Gonçalves e Jhonatan a intervir com evidência.

Os primeiros 45 minutos foram marcados por várias paragens para assistir jogadores e duas saídas por lesão. Josué Sá, amarelado logo aos sete minutos por falta sobre Salvador Agra, saiu com mazelas do lance e acabou por dar lugar a Pantalon (12m). Antes, aos 5m, Amine já tinha sido assistido e acabaria por ficar fora de cena ao minuto 33, após novo impacto no joelho direito. Tanlongo entrou, mas o meio-campo ficaria condicionado novamente ao minuto 40, com o argentino a ver cartão amarelo na primeira falta, sobre Seba Pérez.

Por essa altura já tinham acontecido os lances mais dignos de registo até ao intervalo. E começou cedo. Logo aos 48 segundos, após canto de Salvador Agra, Reisinho cabeceou pouco ao lado. Do outro lado, pouco ao lado passou também o cabeceamento de Boateng a livre de João Teixeira (27m), na chegada porventura mais perigosa do Rio Ave e em resposta a duas aproximações do Boavista que podiam ter tido mais sucesso, não fosse a pouca pontaria de Bruno Onyemaechi a cruzamento de Agra (21m) e um corte crucial na área da defesa do Rio Ave a remate de Bozeník, após perda de bola de Aderllan na área (23m).

Boavista-Rio Ave: todo o filme do jogo

O Rio Ave, que foi tendo mais alguma posse e ataques mais prolongados, procurando aproveitar mais à frente os rasgos, não só, mas a dada altura sobretudo por Fábio Ronaldo, acabou por não ferir como queria a pantera, como esta não conseguiu fazer encalhar a nau vilacondense. Bruno Onyemaechi e Agra foram dos que mais tentaram, pela esquerda, mas as tentativas não chegaram a bom porto e o intervalo chegou com 0-0.

Para a segunda parte, Luís Freire tirou Fábio Ronaldo, trouxe Joca e foi deste a primeira ocasião logo a abrir, mas o remate passou por cima (46m).

O jogo ficou mais aberto e as ocasiões surgiram, com Bozeník de um lado (53m) e Boateng do outro (56m), ambos de cabeça, a obrigarem os guarda-redes às primeiras reais defesas no jogo. Pouco depois, Boateng – o outro amarelado até então no Rio Ave – foi expulso após pisar Filipe Ferreira (62m) e a equipa de Luís Freire ficou com cerca de meia-hora pela frente em inferioridade numérica.

Porém, a verdade é que acabou por ser o Rio Ave, com dez, a estar melhor no jogo. Não perdeu propriamente um homem mais recuado para a construção e a saída para a frente e continuou a ter bola e aproximações ao último terço. Aos 78 minutos, até marcou após uma bola colocada na área, mas o árbitro já tinha assinalado uma infração.

Depois das últimas mexidas de parte a parte para os minutos finais, o Boavista tentou chegar mais perto na reta final, mas o Rio Ave mostrou-se sólido, mais equipa com menos um e encaixou bem no xadrez. Apesar do rombo com a expulsão, a nau vilacondense agarrou mais um ponto – quinto empate consecutivo – e chega aos 26. O Boavista, um pouco mais acima, passa a somar 29.

Resumo do Boavista-Rio Ave:

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