Real-Atlético: só as lesões impedem que se repita a final da Milão

2 mai 2017, 12:00
Real Madrid-Atlético Madrid (Reuters)

Veja o que mudou da última final até agora e também as diferenças para a final de Lisboa em 2014

O duelo entre Real Madrid e Atlético de Madrid começa a ser um ‘habitué’ da Liga dos Campeões, já que nas últimas quatro edições as duas equipas estiveram sempre frente a frente.

Esta sequência começou na final da Lisboa, em 2013/14, com os merengues a vencerem no prolongamento, depois de Sergio Ramos ter salvo nos descontos o Real da derrota, e a conquistarem a Décima.

Um ano depois o encontro deu-se mais cedo, nos quartos de final, e o Real Madrid levou novamente a melhor. Empate no Calderón sem golos e triunfo por 1-0 no Bernabéu, com um golo de Chicharito aos 88 minutos, já com o Atleti reduzido a 10 por expulsão de Arda Turan. Esta foi a única vez em quatro jogos que o Real venceu nos 90 minutos regulamentares.

Quis o destino que os dois rivais voltassem a disputar a final da Champions, dois anos após de Lisboa, agora em Milão. O desfecho foi o mesmo, com os merengues a conquistarem a Undécima, nas grandes penalidades. Sergio Ramos voltou a marcar, Carrasco empatou, mas nos penáltis Ronaldo confirmou mais um «caneco» para os Blancos.

Se para o campeonato Simeone tem conseguido enfrentar e vencer muitas vezes o Real Madrid, para a Liga Milionária o cenário é diferente.

Agora, em 2016/17, tem nova oportunidade para a desforra, a segunda vez contra Zidane, já que nas duas primeiras foi derrotado por Carlo Ancelotti.

Afinal o que mudou ao longo de quatro temporadas?

Juanfran, Godin, Gabi, Koke, Carvajal, Sergio Ramos e Cristiano Ronaldo são os únicos jogadores que participaram em todos os jogos desta «guerra milionária» dos últimos anos, sendo que há mais alguns que são quase totalistas e que fizeram parte de todos os plantéis, como Tiago, Pepe, Marcelo, Modric, Bale, Varane ou Benzema.

A grande diferença nos plantéis está na temporada da final de Lisboa, em que muitos dos protagonistas do Atlético rumaram a outras paragens após o fim dessa temporada. Courtois, Filipe Luis e Diego Costa foram para o Chelsea, David Villa para a MLS, e os suplentes utilizados, Adrian Lopez (assinou pelo FC Porto), Sosa e Alderweireld, mudaram de ares. O Real perdeu o titular Di Maria e os suplentes Morata, que agora voltou, e Diego Lopez. Xabi Alonso que falhou essa final por castigo saiu para o Bayern.

Onzes da final de Lisboa em 2014

A partir daí, as alterações foram esporádicas, os sistemas mantiveram-se quase sempre os mesmos e, por isso, esta será uma batalha de velhos conhecidos.

Zidane vs Simeone

Se olharmos para os onzes que entraram em campo na final de Milão, em 2016, no único duelo de Champions entre Zidane e Simeone, verificamos que só não são possíveis de repetir devido a lesões.

O Real Madrid mudará apenas dois elementos: Pepe e Bale estão lesionados e darão lugar a Varane/Nacho ou Isco/James, jogadores que faziam parte do plantel na última temporada.

Aliás, dos 18 jogadores que Zidane chamou para esse jogo apenas Jesé Rodriguez já não mora em Madrid. Para esta terça-feira, o treinador francês convocou 21 jogadores e só Morata e Asensio não eram jogadores do Real na passada temporada.

À esquerda o onze da final de 2016 e à direita o onze que deverá ser titular esta terça-feira

A estabilidade no plantel do Real tem sido tão grande que dos onzes que entraram em campo na final de Lisboa em 2014 apenas Casillas, Khedira e Di Maria já não vestem a camisola dos merengues.

No total houve doze saídas e nove entradas, se compararmos o plantel de Ancelotti em 2014 com este de Zidane em 2017.

Os três guarda-redes são diferentes: saíram Casillas, Diego Lopez e Jesus Fernandez para entrar Keylor Navas, Casilla e Ruben Yáñez. Na defesa apenas Danilo é novidade, trocando de posto com Arbeloa.

As grandes trocas estão no meio-campo, no qual apenas Modric é repetente. Em 2014 havia Khedira, Di Maria, Xabi Alonso e Illarramendi, em 2017 há James, Kovacic, Casemiro e Kroos. Na frente as novidades são Lucas Vazquez, Asensio e Mariano por Jesé, Willian José e Cheryshev.

No rival Atlético o cenário é semelhante. Simeone divulgou a lista de 18 jogadores e há apenas três mudanças em relação à final de Milão, todas por lesão.

Juanfran, Augusto Fernandez e Giménez não estão aptos e falham a deslocação ao Bernabéu, dando lugar aos reforços Nico Gaitán e Gameiro e ao «canterano» Alberto Rodriguez.

O onze do Atlético terá também obrigatoriamente duas alterações, já que Juanfran e Augusto foram titulares em Milão. Lucas Hernandez deverá ser adaptado a lateral direito, já que Vrsaljko também está lesionado, tal como Gimenez, que é central mas que já ocupou o posto. Carrasco deve ser titular, mesmo vindo de lesão, jogando Koke no miolo, em detrimento de Augusto.

À esquerda o onze da final de 2016 e à direita o onze que deverá ser titular esta terça-feira

Esta terça-feira, às 19h45, estarão no relvado quase os mesmos protagonistas que Zidane e Simeone tiveram à disposição há um ano, a disputar uma batalha que se tornou já tradição e que pende para os merengues.

Para além destes jogos consecutivos, há registo de uma eliminatória entre as duas equipas em 1958/59, que também teve triunfo do Real Madrid.

Os merengues ganharam em casa 2-1, perderam no velho Metropolitano, antiga casa colchonera, por 1-0, mas como os golos fora não contavam houve lugar a jogo de desempate. Em Saragoça, o Real Madrid venceu por 2-1 com golos de Puskas e Di Stéfano e passou à final, na qual bateria o Reims.

Agora, o Real Madrid vai querer repetir os desfechos do passado, Simeone e a sua armada querem inverter a história. Quem será o representante espanhol em Cardiff? 

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