Juventus novamente a contas com a justiça: novo julgamento à vista

19 mai 2023, 21:48
Liga Europa: Sevilha-Juventus (Lusa)

«Bianconeri» devem ir a julgamento em junho por manobras salariais com futebolistas, pagamentos suspeitos a agentes e acordos secretos com outros clubes de Itália

Acusada de manobras salariais com futebolistas, pagamentos suspeitos a agentes e acordos secretos com outros clubes de Itália, a Juventus vai de novo a julgamento, anunciou esta sexta-feira a Federação Italiana de Futebol.

Este é um processo independente daquele que castigou os bianconeri com a dedução de 15 pontos na Serie A, a qual foi suspensa depois de um recurso do clube. Esse castigo devia-se a um processo sobre ganhos de capital que tem como base a suspeita de que o valor das transferências de jogadores teria sido inflacionado com o objetivo de aumentar as receitas do clube.

«A Procuradoria-Geral da República remeteu a Juventus para o Tribunal Nacional Federal - Secção Disciplinar -, por responsabilidade direta e objetiva pelos atos e condutas dos seus dirigentes, entre eles Andrea Agnelli (na época, presidente), Pavel Nedved (vice-presidente), Fabio Paratici (diretor desportivo), e Federico Cherubini (chefe de equipas de futebol e áreas técnicas), que são acusados ​​de violar o artigo 4.º do Código Desportivo por vários atos e condutas relacionados com quatro diferentes aspetos sob investigação: as manobras salariais para as épocas 2019/20 e 2020/21, acordos com agentes e geminação com outros clubes», lê-se, no comunicado do Tribunal de Recurso da Federação Italiana de Futebol (FIGC).

Sobre os salários, Andrea Agnelli, Pavel Nedved e Fabio Paratici são acusados de terem apresentado à Serie A os acordos de redução salarial de quatro meses (março, abril, maio e junho de 2020) de 21 jogadores, a propósito do impacto financeiro da covid-19, (incluindo Paulo Dybala e Cristiano Ronaldo), mas de não apresentar os acordos de recuperação de três dos quatro meses de salário dispensados ​(abril, maio, junho de 2020), o que é ilegal, uma vez que devia ter sido contabilizado no balanço do ano – isso permitiu à Juve aliviar a situação económica durante o período da pandemia.

A FIGC alerta ainda que esta solução foi encontrada «sabendo que não haveria redução salarial efetiva, uma vez que os mesmos valores seriam pagos aos mesmos jogadores nas épocas desportivas seguintes, conforme já acordado entre as partes através de acordos privados».

No caso dos agentes, a Juventus está acusada de pagar a agentes por transferências nos quais estes não interferiram, como a venda de Leonardo Spinazzola para a Roma ou a renovação de Giorgio Chiellini.

Por último, o emblema de Turim está ainda acusado de «ter negociado, assinado ou de qualquer forma acordado com Sampdoria, Atalanta, Sassuolo, Udinese, Bolonha e Cagliari, acordos confidenciais relativos a transações de mercado relacionadas à compra, venda ou transferência de jogadores sem preencher os formulários federais relevantes para a Serie A ou fornecer formulários federais que continham acordos no todo ou em parte diferentes daqueles realmente concluídos».

De acordo com a imprensa italiana, o julgamento deve realizar-se em junho e a sanção, seja financeira ou desportiva, só deve entrar em vigor na próxima temporada.

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