O ator de 34 anos era considerado uma das grandes promessas dos filmes do universo Marvel. Agora, a Marvel desistiu de lhe dar o papel de Kang, o Conquistador e a Disney cancelou a estreia do seu próximo filme
O ator Jonathan Majors foi considerado culpado de ter agredido a sua ex-namorada. Majors, visto como uma das promessas dos filmes de super-heróis da Marvel, da Disney, foi condenado por um júri de Nova Iorque após um julgamento de duas semanas no tribunal estadual de Manhattan.
De acordo com a Reuters, na sequência da condenação, o ator foi dispensado pela Marvel. Majors estava escalado para liderar a próxima fase do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) como o supervilão "Kang, o Conquistador".
O ator de 34 anos foi condenado esta segunda-feira por uma acusação de agressão e uma acusação de assédio. Os promotores alegaram que Majors "não hesitou em usar violência física" contra a sua então namorada, Grace Jabbari, durante uma discussão ocorrida em março, dentro de uma viatura em Manhattan. Majors agarrou a mão direita de Jabbari, torceu o seu braço atrás das costas e então “deu-lhe um golpe” na cabeça, deixando-a com um dedo partido, e o braço e a orelha inchados.
No seu depoimento, Grace Jabbari contou que ele a atacou depois de ela ter pegado no telefone dele para ver uma mensagem de outra mulher. Ela também descreveu o “temperamento violento” do ator e outros incidentes em que ele “explodiu” de raiva. "Ela moldou-se ao réu, para corresponder à personalidade dele, para evitar que ele ficasse zangado com ela", disse a promotora Kelli Galaway durante as alegações finais, na quinta-feira.
O advogado de Majors tentou inverter a história, alegando que foi Jabbari quem vitimou Majors, atacando-o no carro e depois acusando-o falsamente de agressão depois de ele ter terminado o relacionamento.
Ao longo do julgamento Majors foi acusado de ter um “padrão cruel e manipulador” de abuso, com os procuradores a partilharem mensagens que mostravam o ator a implorar a Jabbari para não procurar tratamento hospitalar devido a um ferimento na cabeça. Uma das mensagens alertava: “Isso pode levar a uma investigação, mesmo que mintas e eles suspeitem de algo”.
Os advogados de Majors argumentaram que Jabbari gravou premeditadamente o namorado como parte da sua conspiração para destruir a carreira do ator. Nas alegações finais, a procuradora Kelli Galaway frisou que Majors estava a seguir um manual utilizado pelos abusadores para reverter a narrativa, classificando as suas vítimas como agressoras.
A leitura de sentença ficou marcada para 6 de fevereiro.
O veredicto foi um grande golpe para Majors, que estava à beira do estrelato em Hollywood até à sua detenção em março. Jonathan Majors tornou-se conhecido com o filme "O Último Homem Negro em São Francisco", de 2019, antes de entrar nos títulos de sucesso “Creed III” e “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, da Marvel. Depois de serem conhecidas as acusações, Majors foi dispensado pelo seu empresário, pela empresa de relações públicas e por vários patrocinadores. A Disney retirou o seu próximo filme, “Magazine Dreams”, da agenda de lançamentos.