Biden pede aos cidadãos norte-americanos que abandonem a Ucrânia imediatamente: "As coisas podem escalar rapidamente"

10 fev 2022, 22:56
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden

Um aviso feito numa altura em que aumentam as tensões. Biden alerta que conflito entre EUA e Rússia será uma “guerra mundial”

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu esta quinta-feira um aviso para qualquer norte-americano que permaneça na Ucrânia, numa altura em que Rússia continua a ameaçar uma invasão: saia.

"Os cidadãos americanos devem sair agora", afirmou Joe Biden, em entrevista à NBC News.

“Não é como se estivéssemos a lidar com uma organização terrorista", disse o presidente norte-americano, acrescentando: "Estamos a lidar com um dos maiores exércitos do mundo. É uma situação muito diferente e as coisas podem escalar rapidamente".

Questionado sobre qual cenário poderia levá-lo a enviar tropas para resgatar americanos que fugiam do país, Biden respondeu: "Não há. Esta é uma guerra mundial quando os americanos e a Rússia começam a atacar-se um ao outro"

"Estamos num mundo muito diferente do que já estivemos", acrescentou.

Na quinta-feira o Departamento de Estado tinha emitido um aviso de que os Estados Unidos “não poderão evacuar cidadãos norte-americanos em caso de ação militar russa em qualquer lugar da Ucrânia”.

Em caso de conflito na Ucrânia, o serviço consular regular seria “severamente impactado”, explicava.

Na quarta-feira, a Casa Branca aprovou um plano do Pentágono para que os seus militares destacados na Polónia construam abrigos temporários e possam auxiliar cidadãos norte-americanos numa eventual retirada da Ucrânia, em caso de invasão pela Rússia.

Este plano envolveria os 1.700 militares que o chefe de Estado norte-americano autorizou que fossem destacados para a Polónia na semana passada.

Estas tropas, da 82.ª Divisão Aerotransportada, não estão autorizadas a entrar na Ucrânia em caso de conflito, e não há planos para que participem em operações de evacuação aérea, como as que ocorreram no Afeganistão, segundo revelaram fontes oficiais ao canal televisivo CNN.

Mas nos próximos dias estes militares vão construir abrigos, como tendas e outras instalações temporárias, na fronteira polaco-ucraniana, segundo noticiou também a CNN e o The Wall Street Journal.

Segundo uma avaliação militar e da inteligência norte-americana, os militares russos podem lançar uma invasão em grande escala, com tanques, que poderiam chegar à capital ucraniana, Kiev, em 48 horas.

Biden realçou ainda que se Putin é "tolo o suficiente para entrar, ele é inteligente o suficiente para, de facto, não fazer nada que possa impactar negativamente os cidadãos norte-americanos".

Questionado se transmitiu essa ideia ao chefe de Estado russo, Biden respondeu que “sim”.

A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.

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