Morreu Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia

Pedro Falardo , artigo atualizado às 19:14
27 dez 2023, 16:57
Jacques Delors (Jacques Langevin/Getty Images)

Ministro das Finanças durante o primeiro governo de François Mitterrand, de 1981 e 1984, Delors trocou o executivo francês pela presidência da Comissão Europeia, cargo que ocupou entre 1985 e 1995. O seu mandato foi um período de grande transformação do bloco comunitário europeu, marcado pela assinatura do Tratado de Maastricht em 1992, que constituiu a União Europeia, e pela criação do mercado único, em janeiro de 1993, que assegura a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços na União Europeia.

Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia e ministro das Finanças de França, morreu esta quarta-feira aos 98 anos de idade. A informação da sua morte foi comunicada à AFP pela filha, Martine Aubry.

"[Jacques Delors] Morreu esta quarta-feira de manhã, na sua casa de Paris, durante o sono", escreveu Aubry à agência, também ela política e presidente da câmara municipal de Lille.

Ministro das Finanças durante o primeiro governo de François Mitterrand, de 1981 e 1984, Delors trocou o executivo francês pela presidência da Comissão Europeia, cargo que ocupou entre 1985 e 1995. O seu mandato foi um período de grande transformação do bloco comunitário europeu, marcado pela assinatura do Tratado de Maastricht em 1992, que constituiu a União Europeia, e pela criação do mercado único, em janeiro de 1993, que assegura a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços na União Europeia.

Durante o seu mandato, Delors também presidiu ao Comité para o Estudo da União Económica e Monetária entre 1988 e 1989. O relatório produzido por essa comissão, denominado "relatório Delors", lançou as bases para a criação do Euro, adotado formalmente por 11 países da União Europeia em 1999.

Pela sua popularidade em França e dentro da sua força política, o Partido Socialista, Delors era visto como o principal favorito a assumir a presidência do país nas eleições de 1995. Contudo, o antigo governante decidiu não candidatar-se, e as eleições acabaram ganhas pelo candidato da direita, Jacques Chirac, sobre o socialista Lionel Jospin.

Na rede social X, o presidente Emmanuel Macron prestou tributo a Delors. "Um estadista francês por destino. Arquiteto inesgotável da nossa Europa. Um lutador pela justiça humana. Jacques Delors foi tudo isto. O seu empenho, os seus ideais e a sua retidão inspirar-nos-ão sempre. Saúdo a sua obra e a sua memória e partilho a dor da sua família", escreveu Macron.

Já o antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso considerou, por sua vez, que a “Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes” com a morte de Delors

“Com a morte de Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia com quem tive a honra e o prazer de colaborar em tantas ocasiões, a Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes. Alguém que combinava os 'pequenos passos' da integração europeia com o ideal de uma Europa unida”, considerou em nota enviada à Lusa Durão Barroso, que liderou a Comissão entre 2004 e 2014.

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