Ministro das Finanças durante o primeiro governo de François Mitterrand, de 1981 e 1984, Delors trocou o executivo francês pela presidência da Comissão Europeia, cargo que ocupou entre 1985 e 1995. O seu mandato foi um período de grande transformação do bloco comunitário europeu, marcado pela assinatura do Tratado de Maastricht em 1992, que constituiu a União Europeia, e pela criação do mercado único, em janeiro de 1993, que assegura a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços na União Europeia.
Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia e ministro das Finanças de França, morreu esta quarta-feira aos 98 anos de idade. A informação da sua morte foi comunicada à AFP pela filha, Martine Aubry.
"[Jacques Delors] Morreu esta quarta-feira de manhã, na sua casa de Paris, durante o sono", escreveu Aubry à agência, também ela política e presidente da câmara municipal de Lille.
Ministro das Finanças durante o primeiro governo de François Mitterrand, de 1981 e 1984, Delors trocou o executivo francês pela presidência da Comissão Europeia, cargo que ocupou entre 1985 e 1995. O seu mandato foi um período de grande transformação do bloco comunitário europeu, marcado pela assinatura do Tratado de Maastricht em 1992, que constituiu a União Europeia, e pela criação do mercado único, em janeiro de 1993, que assegura a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços na União Europeia.
Durante o seu mandato, Delors também presidiu ao Comité para o Estudo da União Económica e Monetária entre 1988 e 1989. O relatório produzido por essa comissão, denominado "relatório Delors", lançou as bases para a criação do Euro, adotado formalmente por 11 países da União Europeia em 1999.
Pela sua popularidade em França e dentro da sua força política, o Partido Socialista, Delors era visto como o principal favorito a assumir a presidência do país nas eleições de 1995. Contudo, o antigo governante decidiu não candidatar-se, e as eleições acabaram ganhas pelo candidato da direita, Jacques Chirac, sobre o socialista Lionel Jospin.
Na rede social X, o presidente Emmanuel Macron prestou tributo a Delors. "Um estadista francês por destino. Arquiteto inesgotável da nossa Europa. Um lutador pela justiça humana. Jacques Delors foi tudo isto. O seu empenho, os seus ideais e a sua retidão inspirar-nos-ão sempre. Saúdo a sua obra e a sua memória e partilho a dor da sua família", escreveu Macron.
Homme d’État au destin français.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 27, 2023
Inépuisable artisan de notre Europe.
Combattant pour la justice humaine.
Jacques Delors était tout cela.
Son engagement, son idéal et sa droiture nous inspireront toujours. Je salue son œuvre et sa mémoire et partage la peine de ses proches. pic.twitter.com/3D5FBvdduh
Já o antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso considerou, por sua vez, que a “Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes” com a morte de Delors
“Com a morte de Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia com quem tive a honra e o prazer de colaborar em tantas ocasiões, a Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes. Alguém que combinava os 'pequenos passos' da integração europeia com o ideal de uma Europa unida”, considerou em nota enviada à Lusa Durão Barroso, que liderou a Comissão entre 2004 e 2014.