Estados Unidos reivindicam morte de líder de mílicia pró-iraniana em Bagdade

Agência Lusa , MJC
4 jan, 21:48
Membros do grupo Al-Nujaba no funeral de Abu Taqua (AP)

“Este foi um ataque de autodefesa porque este indivíduo em particular estava envolvido no planeamento e execução de ataques contra pessoal dos Estados no Iraque e na Síria", justificou o Pentágono

Os Estados Unidos reivindicaram esta quinta-feira a morte em Bagdade do líder de um grupo armado pró-iraniano, envolvido, segundo Washington, em ataques contra as suas tropas no Iraque e na Síria.

Mushtaq Talib al Saidi, conhecido como Abu Taqua, era o comandante da 12.ª Brigada do movimento pró-Iraniano Al-Nujaba, que integra as Forças de Mobilização Popular, cujo quartel-general está sediado em Bagdade.

“Este foi um ataque de autodefesa porque este indivíduo em particular estava envolvido no planeamento e execução de ataques contra pessoal dos Estados no Iraque e na Síria, o que por definição é uma ameaça e envolve agir em legítima defesa”, justificou o porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder, em conferência de imprensa, destacando que “nenhum civil ficou ferido e nenhuma infraestrutura ou instalação foi afetada".

Fonte do Ministério do Interior iraquiano disse à agência EFE que o ataque com um ‘drone’ matou também o braço direito de Abu Taqua, bem como outro membro do grupo, mas o brigadeiro-general apenas confirmou a morte de uma segunda pessoa.

O grupo Al-Nujaba também faz parte da chamada Resistência Islâmica no Iraque, que tem lançado ataques contra alvos norte-americanos no Iraque e na Síria.

Vários dos grupos que compõem a Resistência Islâmica no Iraque condenaram o ataque e exigiram que o Governo iraquiano expulse do país as tropas norte-americanas.

“Como já dissemos há algum tempo, reservamo-nos o nosso direito inerente à autodefesa e tomaremos as medidas necessárias para proteger o nosso pessoal”, concluiu o porta-voz do Pentágono, salientando que o seu país não procura aumentar a tensão na região, mas também não vai permitir que as suas forças sejam ameaçadas.

As tropas norte-americanas e da coligação internacional anti-jihadista destacadas no Iraque e na Síria têm sido alvo quase diariamente de ataques com ‘drones’ e foguetes desde o início da guerra, em 07 de outubro, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Nas últimas semanas, os grupos armados iraquianos foram alvo de bombardeamentos em diversas ocasiões, alguns dos quais reivindicados pelos Estados Unidos, país visado por fações pró-iranianas pelo seu apoio a Israel.

A Resistência Islâmica reivindicou esta noite um ataque com 'drones' a uma base norte-americana no sul da Síria, a primeira ação depois do ataque norte-americano em Bagdad contra os seus dirigentes.

"Os 'mujahidines' da Resistência Islâmica atacaram, utilizando 'drones', a base da ocupação no campo de Rukban na Síria e a Resistencia confirma a sua contínua destruição de bastiões do inimigo", disse o movimento em comunicado.

O ataque não foi confirmado por fontes norte-americanas.

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