Para Abramovich, despedir portugueses significa... final de Champions

17 dez 2015, 18:15
Roman Abramovich e as suas coelhinhas, perdão, treinadores: Ancelotti, Di Mateo, Benítez, Hiddink, Avram Grant, Villas-Boas, Mourinho e Scolari

São cinco as «chicotadas psicológicas» do russo desde que comprou o clube em 2003

Roman Abramovich despediu novamente José Mourinho e pela quinta vez despediu um treinador a meio da temporada, desde que comprou o clube no verão de 2003.

Em 13 épocas como dono do Chelsea, o russo teve nove treinadores (mais um interino) e das duas vezes que despediu portugueses chegou à final da Liga dos Campeões. Será que a história se repetirá?

E só mais um dado curioso, das quatro ocasiões anteriores em que procedeu a «chicotadas psicológicas», em três delas chegou a finais europeias: duas de Champions
e uma de Liga Europa, vencendo duas delas.

Mas o melhor é contar passo a passo a história de Roman Abramovich e dos seus nove treinadores.

Quando chegou a Londres, Claudio Ranieri era o treinador ao leme dos «blues» e o russo manteve o italiano no cargo durante essa temporada. Nessa época, o Chelsea foi semi-finalista da Champions League
e ficou no segundo lugar da Premier League
, mas Abramovich não ficou satisfeito com os resultados e contratou José Mourinho, o campeão europeu de 2003/04. O Special One
foi o primeiro treinador da era do russo.

As duas primeiras épocas correram de feição ao português que venceu dois campeonatos, num clube que não festejava a liga inglesa há 50 anos. Aos dois títulos juntou uma Taça da Liga e uma Supertaça e na Champions
ficou à porta da final.

A relação Abramovich-Mourinho parecia perfeita, mas a terceira época viria a estragar esse relacionamento. Em 2006/07, o Chelsea não foi campeão, perdeu a Supertaça e voltou a ficar nas «meias» da Champions
, apesar de ter vencido a Taça da Liga e de Inglaterra. A quarta época começaria com novo desaire na Supertaça e em setembro, a paciência de Abramovich esgotou-se, despedindo o Special One, n
a primeira «chicotada psicológica» da era do russo.

O israelita Avram Grant, que tinha sido contratado no verão como diretor para o futebol, assumiu o cargo de treinador. A época terminou sem qualquer troféu, com o Chelsea segundo classificado no campeonato e a perder a final da Liga dos Campeões para o rival Manchester United. Saiu derrotado também na final da Taça da Liga.

Avram Grant não ficaria para a próxima temporada, chegando a Stramford Bridge, em junho de 2008, o ex-selecionador português Luíz Felipe Scolari. A experiência do brasileiro como treinador em Inglaterra iria ser curta, já que em fevereiro de 2009 foi substituído, face aos maus resultados, por Guus Hiddink. Entre esta troca, Ray Wilkins orientou a equipa por um jogo.

Uma Taça de Inglaterra foi o resumo da temporada e mais uma vez os «blues» ficaram às portas da final da Champions
.

O holandês ficaria apenas até ao final de 2008/09 e o escolhido para assumir o cargo seria Carlo Ancelotti. Após duas épocas «agitadas», o Chelsea voltava a ter um treinador a começar e a acabar uma época. O italiano venceria campeonato, Taça da Liga e Supertaça e ganharia o crédito para continuar.

Ancelotti completou também a segunda época mas, sem levantar nenhum troféu, Abramovich prescindiu dos seus serviços, escolhendo André Villas Boas, que tinha brilhado na temporada 2010/11 no Estádio do Dragão.

Só que os bons resultados no FC Porto de Villas-Boas não se repetiriam em Inglaterra e o português seria despedido em março, sem acabar uma temporada. Roberto Di Matteo completaria a época e iria vencer o que Roman Abramovich tanto queria: a Liga dos Campeões.

Motivo suficiente para ser o timoneiro na época seguinte, mas por pouco tempo! Os primeiros meses de 2012/13 foram maus e o russo despediu Di Matteo, em novembro, trazendo Rafael Benítez para o «seu» banco de suplentes.

O agora treinador do Real Madrid falhou em toda a linha a nível interno, perdeu o Mundial de Clubes, mas venceu a Liga Europa frente ao... Benfica.

Para o dono do clube isso não foi suficiente e o espanhol sairia, regressando José Mourinho, o agora «Happy One». 2013/14 não trouxe o título inglês nem a Liga dos Campeões, mas deu motivos a Abramovich para acreditar que na temporada seguinte isso aconteceria.

Em 2014/15 o Chelsea voltou a ganhar a Premier League e venceu a Taça da Liga, tal como no primeiro ano do treinador português ao serviço dos «Blues». A Champions ficou longe, mas Mourinho manteve e até prolongou no papel a relação com o clube inglês. Só que os primeiros cinco meses da época tornaram-se um pesadelo, sobretudo a nível interno. Com o Chelsea em 16º lugar na Premier League, um ponto acima da linha de água, Abramovich voltou a perder a paciência e acordou a rescisão com Mourinho, sete meses depois de o português ter sido campeão.

O último jogo do Happy One
foi em Leicester, numa derrota por 2-1. Ironia, perante o treinador que no verão de 2004, Mourinho foi substituir. 

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