«O Barça ligou-me, mas nem por todo o ouro do mundo queria sair do Real Madrid»

19 jul 2023, 10:11
Real Madrid-Manchester City

Isco abordou o período que viveu nos merengues, reconhecendo que deveria ter deixado o clube em 2018

Isco esteve quase uma década ligado ao Real Madrid e fez parte de uma era de sucesso com a conquista de quatro Ligas dos Campeões, três delas consecutivas, de quatro Mundiais de Clubes e três Supertaças Europeias.

O internacional espanhol recordou o período em que esteve ao serviço dos merengues e revelou que o Barcelona o tentou contratar após o Mundial 2018.

«Nota-se muito quando me divirto ou não. Fiquei apático após a chegada de Solari e não tive oportunidades. Pensava: "Levo anos muito bons e agora estou assim. Que mais tenho de fazer para que o clube me considere importante?". Sim, renovaram-me o contrato em 2018 porque só me faltava mais um ano e porque tinha muitas ofertas. Havia medo de fosse para alguma equipa rival», começou por dizer à Marca.

«Barça? Sim, estou a falar do Barcelona. Bartomeu ligou-me e com o que ele pagava nessa época... Mas estava muito bem no Real Madrid, com os meus companheiros e com um ambiente incrível no balneário. Era a equipa dos meus sonhos, onde tinha conquistado o que sonhava. Nem por todo o ouro do mundo ia deixar o Real Madrid. Além disso, a cidade é maravilhosa. Desfrutei de Madrid e sabia que não ia desfrutar assim de outra cidade», acrescentou.

O médio, atualmente sem clube, lembrou ainda o momento em que perdeu espaço no plantel do Real Madrid.

«A partir daí [da chegada do Solari] o Isco deixou de existir. Não existia para o treinador nem para os adjuntos. Ninguém me dava explicações sobre o facto de ter deixado de ter minutos de repente e quando perguntava diretamente ao Solari, ele dizia-me que não se passava nada. Lembro-me de jogar contra o Melilla e sem me dizer nada, fiquei na bancada os jogos seguintes. Nem fui para o banco. Obrigava-me a viajar para ver os jogos na bancada. Não me senti apoiado por ninguém nem pelo clube. Como disse, sempre fui capaz de dar a volta a este tipo de situações. Em temporadas anteriores, o clube ligava-me para dizer todas as ofertas que tinha por mim e para me dizer quais os jogadores que iriam contratar para a minha posição. Sempre respondi que iria competir por um lugar com qualquer um. Mas desta foi diferente. Devia ter saído», reconheceu.

«Solari? Não sei. Depois de um dos jogos em que me deixou na bancada sem qualquer explicação, ligou-me e disse-me que estava a treinar bem e que iria confiar em mim. Aliás, disse-me isso num dia em que estava lesionado e impedido de jogar, mas pensei que as coisas iriam mudar. No jogo seguinte fiquei na bancada. Não sei se se estava a rir de mim. Enganei-me e deveria ter saído. Mas chegou Zidane e tinha rendido bem com ele», partilhou ainda.

Nem a chegada de Zidane, com quem Isco tinha tido excelente rendimento no passado, inverteu a sua situação.

«Zidane esperava mais de mim. Ele chegou na parte final da temporada e não estive bem, sinceramente. Foi um ano muito duro e estava totalmente desmoralizado. Depois do Mundial, a minha cabeça e o meu corpo não podiam. Comecei sem jogar a temporada seguinte, mas depois houve clique na minha cabeça e aconteceu o que aconteceu em anos anteriores. Comecei a jogar os jogos importantes: PSG na Champions, Barcelona em Camp Nou, Supertaça na Arábia Saudita,  contra o Man. City. Estava a voltar, mas depois surgiu a pandemia. E depois da pandemia, deixei de jogar. Honestamente, foi por culpa minha. E no ano seguinte voltei a não estar bem e acabaram os meus bons momentos em Madrid. Com Ancelotti joguei dois ou três jogos, mas ele sempre foi sincero comigo e aceitei. Tentei treinar bem e aproveitar os minutos que tinha», concluiu.

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