Isco acusa Monchi de agressão: «Agarrou-me pelo pescoço»

18 jul 2023, 11:26
Isco (Sevilha)

O internacional espanhol explicou o motivo da rescisão contratual com o Sevilha em dezembro de 2022

Em finais de dezembro do ano passado, Isco rescindiu contrato com o Sevilha depois de se ter desentendido com Monchi, diretor desportivo do clube. Vários meses depois, o internacional espanhol decidiu quebrar o silêncio e contar a sua versão acerca do que aconteceu.

«Aconteceram muitas coisas. Acabei o meu contrato com o Real Madrid e nessa altura o Lopetegui estava no Sevilha. Ele ligava-me e dizia que me queria. Afinal de contas, o Lopetegui foi um dos treinadores com quem melhor rendimento tive. Tinha ofertas de Itália, mas considerei que o Sevilha seria um bom passo na minha carreira porque é uma grande equipa, disputava a Champions e o treinador era o Lopetegui. Era uma oportunidade muito bonita», começou por dizer em entrevista à Marca.

«Despediram o Lopetegui e chegou o Sampaoli. Quando o Lopetegui vai embora e o mercado de inverno está prestes a abrir, vejo muitas coisas estranhas dentro do clube. Para começar, chamaram o meu empresário e disseram-lhe para tratar do meu futuro sem sequer terem conversado comigo. Quando soube fui falar com o Monchi e disse-lhe: "Aconteceu isto, não sei o que se passa, se querem contar comigo ou não. Sê sincero comigo e resolvemos tudo sem problemas. Estou à vossa disposição"», acrescentou.

O médio prosseguiu o raciocínio e revelou que foi agredido por Monchi. 

«Não sei que problemas económicos poderia o Sevilha ter, só queria saber qual era a ideia do clube e que me dissessem que, se encontrasse alguma coisa que poderia sair. Depois dessa conversa, o Monchi começou a dizer que eu queria sair, algo que não estava correto, e começou a ligar-me todos os dias para que rescindisse. Então decidiu ir falar com ele outra vez e disse-lhe: "Olha, Monchi, não estás a ser sincero comigo nem com as pessoas a quem contas as coisas. Eu quero ficar e tu estás a dizer que eu quero sair". E aí surgiu um conflito», referiu.

«O que vou dizer é forte. Disse a Monchi que ele era a pessoa mais mentirosa que alguma vez tinha encontrado no futebol e ele agrediu-me. Veio na minha direção, agarrou-me pelo pescoço, afastámo-nos um do outro e tiveram de nos separar. Como podem compreender, depois disso, não queria ficar ali em circunstância alguma. Embora tivesse pena, porque tinha uma boa relação com os meus colegas e os adeptos sempre me trataram muito bem, não podia estar num clube em que o diretor desportivo me agride e ninguém se pronuncia nem pede desculpa.»

Isco partilhou também o motivo pelo qual em dezembro não assinou pelo Union Berlim.

«O Jorge Mendes ligou-me e disse-me que tinha uma oferta muito boa do Union Berlim. Pedi-lhe cinco minutos e vi como estava o clube. Estava muito bem na Bundesliga, disputava a Liga Europa, o contrato era bom e o projeto era muito interessante. Decidi aceitar. Enviaram-me o contrato e passei-o à minha advogada. Estava tudo em ordem. Viajei sozinho para Berlim, já eram quatro da tarde e era impossível organizar a mudança da minha família, com duas crianças tão pequenas... ao chegar, fui recebido por uma pessoa do clube. Estava tudo feito. Os exames médicos ficaram agendados para o dia seguinte. Na manhã seguinte, a caminho do hospital, dizem-me que não posso ser inscrito na Europa. (...) Passei nos exames médicos, ainda que muita gente tenha colocado isso em causa. É um absurdo e os médicos do Sevilha podem corroborar que estava no meu melhor momento em termos físicos. Quando ia assinar contrato, ligam-me novamente e dizem que afinal não me podem pagar o que estava acordado. E eu, pela segunda vez, aceitei as alterações. Dez minutos depois, voltam a ligar-me e dizem que tem de rever os termos do contrato. Viajei com muita expetativa para ir para uma equipa que estava na Liga Europa e em 15 minutos, mudaram metade do meu contrato. O contrato já tinha sido revisto pelas duas partes. Era uma falta de respeito. Não tenho 18 anos, nem é o primeiro contrato que assino. Disse que não assinava. Se em 12 horas tinha vivido isto, nem quero imaginar o que teria sido o resto do ano. Disse-lhes que lamentava, mas que iria voltar para Espanha», contou.

Isco revelou que já recebeu propostas do Médio Oriente, mas que prefere uma equipa «que tente jogar bom futebol».

«O que quero? Um projeto onde possa ter continuidade numa equipa que queira jogar futebol com um estilo associativo e divertido. Depois de ter vencido tudo, quero desfrutar nesta fase da minha carreira. Claro que se conquistar mais títulos, melhor. Sou jovem e ainda tenho muitos anos para jogar a um bom nível. Resta-me prová-lo», concluiu.
 

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