Mané: «A minha mãe odeia o futebol, acha um desperdício de tempo»

28 fev 2020, 12:51
Sadio Mané foi peça fundamental na temporada de sucesso do Liverpool, fazendo por exemplo quatro golos e três assistências no triunfo na Champions. Foi o melhor marcador da Liga Inglesa, com 22 golos, e o quarto classificado na Bola de Ouro.

Jogador do Liverpool orgulha-se de ter provado à família que eles estavam errados

A simplicidade de Sadio Mané faz dele um dos futebolistas mais acarinhados pelos adeptos de todo o mundo.

De origens humildes, no Senegal, Mané é peça preponderante no Liverpool de Klopp, atual campeão europeu e que vai voltar a conquistar a Premier Legue, quase três décadas depois.

Numa entrevista à BBC, o jogador do Liverpool declarou que não lhe interessam as medalhas e que não sabia que o vencedor da Premier League tinha direito a elas.

«As medalhas não me interessam Nem sabia que o vencedor da Premier League recebem medalha.»

Na mesma entrevista, o avançado elogiou Klopp e diz que não se espantaria se o Liverpool lhe erguesse uma estátua em Anfield Road.

«Claro que acredito que isso vai acontecer porque ele é um excelente treinador e está a fazer muito bem ao clube e aos jogadores», apontou.

«Tem uma forma muito própria de fazer as coisas e dá aos jogadores mais responsabilidade em campo, o que é muito importante. Mas ao mesmo tempo, ele é muito amigável com os jogadores e essa é uma das suas forças», continuou.

Mané abordou ainda as origens e a dificuldade de crescer num país africano, ainda para mais, longe da capital.

«Se virem de onde venho, numa pequena aldeia, longe da capital, a vida era muito dura. Mas isso faz parte da vida e temos de sonhar e lutar todos os dias. Tens de acreditar em ti mesmo, não desistir e trabalhar duro. Acho que essa é a chave: meter na cabeça que tens de te tornar alguém», defende.

O atleta de 27 anos lembra ainda que a família não achava muita piada à dedicação que ele tinha ao futebol, mostrando-se satisfeito por ter conseguido provar-lhe que eles estavam errados.

«A minha mãe odeia futebol e sempre achou que era um desperdício de tempo. A minha família nunca quis que eu jogasse futebol, por isso tive de me manter na escola e fazer mais alguma coisa. Mas tive sucesso e provei-lhes que estavam errados.»

Questionado sobre os atos de caridade de que tem sido protagonista, o jogador desvalorizou.

«Não gosto de falar desse tipo de coisas. As pessoas precisam e eu tento ajudar da forma que puder», resume, preferindo destacar o impacto que os jogos do Liverpool têm no Senegal.

«Agora, toda a gente apoia o Liverpool. Há dois anos não era assim, havia mais adeptos do Man Utd, Real Madrid e Barcelona. Mas agora, quando o Liverpool joga é como se jogasse a seleção nacional.»

E será que Mané se sente como um Deus na terra quando volta ao seu país.

«Sim, claro. Eles tentam fazê-lo porque estão muito orgulhosos e contentes por me verem atingir este níve.»

 

 

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