JMJ: Igreja Católica lidera destacada em Portugal, apesar da lenta erosão

Agência Lusa , MM
30 jul 2023, 10:49
Religião (Reuters)

Números apontam para a existência de mais de nove milhões de católicos, distribuídos por 21 dioceses e 4.574 paróquias

A Igreja que o Papa Francisco vai encontrar quando chegar a Lisboa na terça-feira apresenta números decrescentes de fiéis e sacerdotes, embora num grau de erosão lento, que mantém os católicos muito à frente dos membros de outras confissões.

Números do Departamento Central de Estatísticas da Igreja (DCEI), no Vaticano, referentes a 31 de dezembro de 2021, e divulgados esta semana a propósito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, apontam para a existência de mais de nove milhões de católicos (87,88% da população, estimada em quase 10,3 milhões de pessoas), distribuídos por 21 dioceses e 4.574 paróquias.

Este panorama apresentado pelos serviços do Vaticano é mais otimista que os resultados do Censos de 2021, que apontou para uma diminuição do número de católicos em Portugal em 0,8% numa década, cifrando-se naquele ano em 7.043.016, correspondendo a 80,2% da população maior de 15 anos que respondeu a esta questão naquele levantamento do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2011, num total de 8.989.849 maiores de 15 anos em Portugal, 7.281.887 (81%) assumiu ser católico, enquanto em 2021, num total de 8.781.900 pessoas, foram 7.043.016 (80,2%) os que se identificaram com a Igreja Católica.

Entre os mais novos, cerca de metade (49%) dos jovens portugueses dos 14 aos 30 anos afirmam-se católicos, segundo um estudo do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP) da Universidade Católica para a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Os resultados do estudo, desenvolvido no contexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e no pós-pandemia de covid-19, apontam também para que, considerando outras religiões, “56% dos jovens portugueses são religiosos”.

A religiosidade “é uma dimensão importante da vida dos jovens em Portugal”, sendo que cerca de 88% dos que se afirmam religiosos são católicos [seguindo-se 6% evangélicos ou pertencentes a uma religião cristã protestante e 1% testemunhas de Jeová], e destes, 68% dizem ser praticantes, aponta o trabalho realizado entre abril e outubro de 2022, contando com 2.480 respostas ao inquérito.

O estudo aponta que “um terço do total de jovens (34%) diz-se não só religioso como praticante, orando regularmente, participando em celebrações ou estando em grupos da sua comunidade religiosa”.

Voltando aos dados agora divulgados pelo DCEI, com 47 bispos (situação reportada em 15 de junho deste ano), a Igreja Católica em Portugal apresentava no final de 2021 um total de 3.267 padres (2.389 diocesanos e 878 religiosos), 420 diáconos permanentes, 4.076 religiosos, e quase 50 mil catequistas.

Os dados do DCEI indicam, por outro lado, a existência de 2.770 católicos por sacerdote.

Quanto a seminaristas, eram 562 (468 já nos seminários maiores).

A Igreja Católica em Portugal tutelava, também, 658 estabelecimentos de ensino, desde creches a unidades universitárias, frequentados por utentes.

Quanto a centros de ação social e de saúde, a Igreja tinha sobre a sua alçada 59 unidades hospitalares e 896 instituições de apoio a idosos.

De realçar que, quanto aos habitantes em Portugal fiéis das outras igrejas cristãs, o Censos de 2021 apurou que 60.381 se apresentam como pertencentes à Igreja Ortodoxa (56.550 em 2011), 186.832 se assumem como protestantes/evangélicos (75.571 em 2021), as Testemunhas de Jeová aparecem neste último Censos isolados, com 63.609 pessoas, enquanto outras confissões religiosas cristãs apresentam um número total de 90.948.

Os budistas são 16.757, os hindus 19.471, a religião judaica apresenta 2.910 pessoas e os muçulmanos são 36.480, registando uma significativa subida em relação a 2011, onde figuravam 20.640.

Quanto a outras religiões não cristãs, no seu total, o Censos apresenta 24.366, enquanto em 2011 foram 28.596 os que se identificaram com estas confissões.

No Censos de 2021 duplicou o número dos que assumem não ter religião, com 1.237.130, enquanto dez anos antes foram 615.332 os que declararam não professarem qualquer crença religiosa.

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