Reconversão de camas e contratualizações ao privado: hospital Amadora-Sintra aciona plano de contingência

Agência Lusa , BCE
12 jan, 21:40
Transferência de doentes do Hospital Amadora-Sintra

O hospital explica que, para assegurar a resposta ao acréscimo de doentes admitidos nas urgências, começou a trabalhar no seu plano de contingência em julho do ano passado

O Hospital Amadora-Sintra acionou o plano de contingência para dar resposta ao acréscimo de doentes com infeções respiratórias com necessidade de internamento, reconvertendo camas e contratualizando outras fora da instituição.

“São conhecidas as limitações do rácio da capacidade de internamento da instituição, num total de 804 camas para um universo de 600 mil de utentes dos concelhos da Amadora e Sintra. Por este motivo, o Plano de Contingência do Hospital Fernando Fonseca (HFF) já foi acionado”, adiantou o hospital numa resposta escrita à Lusa.

O HFF adianta que, para assegurar a resposta ao acréscimo de doentes admitidos nos Serviços de Urgência e com necessidade de internamento de doentes com doença respiratória viral, começou a trabalhar no seu plano de contingência a partir de julho de 2023.

No âmbito desta ação, o hospital reconverteu 36 camas do Departamento Cirúrgico destinadas a doentes provenientes da Urgência, sob coordenação dos serviços de Medicina Interna, Pneumologia e Infecciologia

"A Programação cirúrgica privilegiou nestas últimas semanas a cirurgia de ambulatório, mantendo-se a cirurgia oncológica convencional”, refere o HFF, acrescentando que houve um aumento da capacidade de internamento da Unidade de Cuidados Intensivos em duas camas.

Para reforçar a capacidade de internamento de doentes com doença respiratória viral admitidos na Urgência, o hospital revela ter contratualizado 25 camas no setor privado, sob sua responsabilidade financeira, para doentes em fase aguda.

Em articulação com a Direção Executiva do SNS, com as autarquias de Sintra e Amadora e o Instituto da Segurança Social, foram colocados 35 utentes com alta clínica, que permaneciam no hospital aguardando resposta em estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI), em centros de acolhimento e Lar Residencial (destinado a utentes portadores de deficiência), tendo sido também disponibilizadas quatro vagas no Hospital das Forças Armadas.

Sob a sua responsabilidade financeira, o hospital contratualizou camas ERPI com entidades externas, para integração destes utentes com alta clínica, mas sem resposta social, libertando camas para doentes clínicos agudos

Segundo o hospital, atualmente estão colocados 70 utentes com alta hospitalar e referenciados para ERPI.

Também contratualizou 30 camas de cuidados de média e longa duração junto de entidade do setor social para integração de doentes em cuidados continuados e com alta hospitalar.

“Tem sido realizada articulação com a Rede Nacional de Cuidados Integrados para agilização da colocação de doentes internados no HFF e referenciados para esta tipologia de cuidados”, salienta

Neste momento, o HFF tem mais 15% de capacidade de internamento que teve de contratualizar a seu cargo, segundo uma fonte oficial do hospital, que não precisou o valor envolvido.

Em declarações anteriores à agência lusa, o hospital adiantou que gasta mais de 2,2 milhões de euros por ano com internamentos de doentes fora da instituição para libertar camas de enfermaria.

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