Polícia Militar confirma “pelo menos dois mortos" nos confrontos armados em Bissau

Agência Lusa , NM
1 dez 2023, 13:54
Guiné-Bissau (AP)

Vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas diz que “situação voltou à calma” e que tudo foi provocado pela atuação do Comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo, ao mandar libertar os dois membros do Governo detidos na Polícia Judiciária (PJ)

A Polícia Militar guineense disse à Lusa que pelo menos dois militares morreram nos combates registados em Bissau na madrugada e manhã desta sexta-feira entre agentes da Guarda Nacional e elementos do Batalhão do Palácio presidencial.

De acordo com a mesma fonte, os mortos seriam um agente da Guarda Nacional e um militar do Batalhão presidencial.

“Para já estamos ainda a averiguar, mas pelo menos, podemos confirmar estas duas mortes”, referiu a fonte da Polícia Militar, corpo do exército que mantém a ordem entre os militares em caso de altercações armadas.

A mesma fonte indicou ainda que até ao momento foram registados dois feridos, que estão a receber tratamento médico.

O vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Mamadu Turé “Nkrumah”, emitiu um comunicado em que informa a população e a comunidade internacional de que a “situação voltou à calma” e que tudo foi provocado pela atuação do Comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo, ao mandar libertar os dois membros do Governo detidos na Polícia Judiciária (PJ).

“Por estas razões as Forças Republicanas levantaram-se e repuseram a ordem constitucional”, lê-se no comunicado.

Os disparaos ecoaram por toda a cidade de Bissau e partiram das imediações do quartel no bairro de Luanda e de outras instalações da Guarda Nacional, de acordo com os relatos que foram chegando à Lusa.

A zona dos bairros mais próximos dos disparos, como Santa Luzia, Luanda, Empantcha esteve, nas primeiras horas da manhã, sem movimentos de viaturas e pessoas, algum comércio encerrou, mas noutras zonas da cidade a população manteve as rotinas normais, mesmo com o som dos disparos.

O ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, foram postos em prisão preventiva, na quinta-feira, depois de ouvidos pelo Ministério Público.

Os governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.

Horas depois da decisão judicial, foram retirados das celas da PJ pela Guarda Nacional e na manhã desta sexta-feira, na sequência dos confrontos, voltaram a ser colocados nos calabouços da Polícia Judiciária.

Vários dirigentes do Ministério da Economia e Finanças já foram ouvidos desde a semana passada no âmbito do processo que levou à detenção dos dois principais responsáveis da instituição.

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