Um míssil russo atingiu Odessa na quarta-feira, quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se encontrava na cidade portuária do Mar Negro com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis.
Zelensky não ficou ferido, mas disse que estava suficientemente perto para ter visto e ouvido o ataque e confirmou que várias pessoas foram mortas e feridas.
"Vimos este ataque hoje. É possível ver com quem estamos a lidar, eles não se importam com o local onde atacam. Sei que houve vítimas hoje, ainda não sei todos os pormenores, mas sei que há mortos e feridos", disse Zelensky a partir de Odessa na quarta-feira.
"Precisamos de nos defender em primeiro lugar e acima de tudo. A melhor maneira de o fazer é com um sistema de defesa aérea", acrescentou.
Mitsotakis disse que Zelensky lhe tinha feito uma visita guiada à cidade, que sofreu enormes danos devido a meses de ataques russos, antes de ouvirem as sirenes dos ataques aéreos.
"Pouco depois, quando estávamos a entrar nos nossos carros, ouvimos uma grande explosão", disse Mitsotakis aos jornalistas na quarta-feira. "Penso que, para nós, essa é a melhor e mais viva recordação de que há uma verdadeira guerra a decorrer aqui. Todos os dias há uma guerra, que não afeta apenas a frente, os soldados, mas também os nossos concidadãos inocentes."
Zelensky faz frequentemente viagens de alto risco às linhas da frente e já recebeu dezenas de líderes mundiais na Ucrânia ao longo de mais de dois anos de guerra com a Rússia, mas o ataque de quarta-feira pode representar um dos avisos mais próximos do presidente.
Odesa fica na foz do rio Danúbio e é crucial para as exportações de cereais da Ucrânia, que a Rússia tem tentado repetidamente travar desde que lançou a sua invasão.
No sábado, um ataque de um drone russo a um bloco de apartamentos em Odessa matou 12 pessoas, incluindo cinco crianças, segundo as autoridades ucranianas.
Zelensky afirmou que o ataque reforçou a necessidade de reforçar as defesas aéreas do país.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o ataque como "mais um sinal das tácticas cobardes da Rússia" que, segundo ele, estavam "abaixo até do manual do Kremlin".
Em maio de 2022, Charles Michel estava de visita a Odessa quando a Rússia disparou 10 mísseis de cruzeiro contra a região.
