Estados Unidos acusam Rússia de usar mísseis norte-coreanos

Agência Lusa , MJC
4 jan, 20:07
Mísseis iranianos (EPA)

Alguns destes mísseis foram posteriormente utilizados, em 30 de dezembro e em 2 de janeiro, em ataques russos contra a Ucrânia

Os Estados Unidos acusaram hoje a Rússia de usar mísseis fornecidos pela Coreia do Norte para atacar a Ucrânia, estabelecendo uma "consequente e preocupante escalada" do apoio de Pyongyang a Moscovo.

“As nossas informações indicam que a Coreia do Norte forneceu recentemente à Rússia sistemas de lançamento de mísseis balísticos e vários mísseis balísticos”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Alguns destes mísseis foram posteriormente utilizados, em 30 de dezembro e em 2 de janeiro, em ataques russos contra a Ucrânia, detalhou o porta-voz, assinalando que a Rússia procura igualmente mísseis de curto alcance do Irão para reabastecer o seu ‘stock’ de armas na guerra contra o país vizinho.

John Kirby disse que o acordo entre Moscovo e Teerão não foi concluído, mas os Estados Unidos “estão preocupados com o facto de as negociações da Rússia para adquirir mísseis balísticos de curto alcance do Irão estarem a avançar ativamente”.

A administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, tem defendido que o Kremlin se tornou dependente da Coreia do Norte e do Irão, que já fornece a Moscovo os ‘drones’ Shahed, para obter as armas de que necessita para travar a sua guerra contra a Ucrânia e agora divulgou descobertas dos serviços de informações que diz demonstrarem esta alegação.

A Coreia do Norte e o Irão estão em grande parte isolados na cena internacional e são alvos de amplas sanções devido aos seus programas nucleares e aos seus registos em matéria de direitos humanos.

A Casa Branca disse em outubro que a Coreia do Norte entregou mais de mil contentores de equipamento militar e munições a Moscovo, após uma visita, no mês anterior, do Presidente norte-coreano, Kim Jong Un, à Rússia, onde foi recebido com grandes honras de estado pelo homólogo Vladimir Putin.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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