Agência Internacional da Energia Atómica pede "zona de segurança" e mostra "grandes preocupações" com central nuclear de Zaporizhzia

6 set 2022, 23:10
Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Mariano Grossi (Theresa Wey/ AP)

O diretor-geral da agência da ONU salientou que, "apesar de eventos passados não terem desencadeado uma emergência nuclear, representam uma ameaça constante para a proteção nuclear e segurança porque as funções críticas de segurança podem ser afetadas"

O relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, na sigla original) sobre a segurança nuclear na Ucrânia foi divulgado e expressa grandes preocupações com a zona. 

Segundo indicado, a equipa da agência presenciou bombardeamentos durante a visita e apelou aos dois lados que cessassem as hostilidades na área, de forma a mantê-la segura. 

"Embora os bombardeamentos em curso ainda não tenham desencadeado uma emergência nuclear, continuam a representar uma ameaça constante à segurança nuclear com potencial impacto em funções críticas de segurança que podem levar a consequências radiológicas com grande significado em termos de segurança", nota o relatório sobre a situação na central de Zaporizhzhia.  

O relatório da agência da ONU recomenda que os bombardeamentos no local e nas proximidades sejam "imediatamente suspensos para evitar quaisquer danos adicionais à central e instalações associadas, para a segurança do pessoal operacional e para manter a integridade física para apoiar uma operação segura e protegida". "Isto requer o acordo de todas as partes relevantes para o estabelecimento de uma zona de segurança e proteção nuclear em redor da ZNPP." 

A equipa deixou claro que “está gravemente preocupada” com a situação e enfatiza a “necessidade urgente” de medidas que previnam um acidente nuclear, nomeadamente através do estabelecimento de uma zona de segurança e proteção nuclear em torno do local ocupado pelos russos, como afirmou o diretor-geral da IAEA, Rafael Grossi.  

"A IAEA ainda está seriamente preocupada com a situação na ZNPP - isto não mudou", confirma o relatório. "Os Sete Pilares foram todos comprometidos no local", acrescenta. 

A agência afirma que a equipa viu em primeira mão os danos que o bombardeamento causou à instalação e "observou com preocupação o impacto que o bombardeamento poderia ter tido nas estruturas, sistemas e componentes relacionados com a segurança - e poderia ter causado impactos significativos na segurança, perda de vidas e ferimentos no pessoal". 

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