"É trágico ver isto". Nova erupção chega a Grindavík e provoca incêndios em várias casas

15 jan, 09:41

Presidente da Islândia pede união ao povo e admite que várias infraestruturas possam estar ameaçadas

À segunda não houve nada a fazer. A nova erupção do vulcão islandês chegou mesmo à cidade de Grindavík, incendiando várias casas da localidade piscatória que vive uma grande intensidade sísmica há vários meses, sendo que esta foi a segunda erupção em menos de quatro semanas.

Com a nova erupção a registar-se logo pela manhã, as autoridades tomaram de pronto a decisão de evacuar a cidade, colocando barreiras protetoras feitas de pedra e terra para evitar que a lava avançasse.

Só que a intensidade da segunda erupção foi tal que essas barreiras foram destruídas, com a lava a cercar muitas das casas da cidade.

Pelo menos três casas foram completamente consumidas, com o brilho laranja das chamas e da lava a destacar-se entre a escuridão da noite islandesa, onde são poucas as horas de sol nesta altura do ano.

Imagens partilhadas por um utilizador das redes sociais mostram a dimensão dos estragos provocados pela lava, que num dos vídeos é vista a consumir por completo uma casa.

“Numa pequena vila como esta, somos como família, conhecemo-nos uns aos outros como família, é trágico ver isto”, afirmou Sveinn Ari Gudjonsson, habitante local, em declarações à agência AFP. “É surreal, é como ver um filme”, acrescentou o cidadão de 55 anos que, como muitos outros na zona, trabalha na indústria da pesca.

O presidente da Islândia pediu ao país que, independentemente do que aconteça, “fique unido”. Guðni Jóhannesson fez mesmo uma declaração pública ao país, admitindo que não esperava que isto acontecesse, mas desejando que “tudo corra pelo melhor”.

Mais tarde, e numa publicação através das redes sociais, o presidente islandês garantiu que “não existem vidas em perigo”, ainda que “infraestruturas possam estar sob ameaça”.

Os serviços meteorológicos da Islândia referiram também que o vulcão “continua a surpreender”. “As coisas estão a desacelerar desde o início da erupção, mas já não estamos a ver um abrandamento”, afirmou Benedikt Ófeigsson.

Para já o país está num nível de “emergência”, o mais alto de uma escala de três níveis, o que indica que existe a possibilidade de ameaça à população, propriedade, comunidade ou ambiente.

Esta é a quinta erupção desde 2021 na península de Reykjanes. A última tinha sido a 18 de dezembro, depois de semanas de vários sismos.

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