PCP quer saber se Comissão Europeia impôs ao Governo privatização da Efacec

Agência Lusa , SM
6 nov 2023, 14:57
Efacec (Foto: Divulgação)

Comunistas dizem que o fundo de investimento Mutares vai receber "de mão beijada" uma das "principais empresas industriais portuguesas, com créditos e garantias, trabalhadores altamente qualificados".

O PCP questionou esta segunda-feira a Comissão Europeia sobre o papel que desempenhou no processo de privatização da Efacec, nomeadamente como é que foi aprovada, quais os critérios e se houve imposição por parte de Bruxelas.

De acordo com uma pergunta prioritária à Comissão, através do Parlamento Europeu (PE), o eurodeputado comunista João Pimenta Lopes, que pertence ao The Left, considerou que a alienação da Efacec “ao fundo de investimento alemão Mutares, juntamente com mais 200 milhões de euros que ainda serão investidos pelo Estado”, foi feita a “troco de nada”.

“Segundo o ministro da Economia, António Costa Silva, citado na imprensa, a Comissão Europeia […], terá sempre estado envolvida nas negociações que terão ditado este desfecho. As notícias em causa referem que a operação foi aprovada pela Comissão, tendo passado no chamado ‘teste de mercado'”, prosseguiu o eurodeputado.

João Pimenta Lopes pediu a Bruxelas “informação detalhada sobre a intervenção que teve neste processo e, em particular, no seu desfecho”.

“Como se justifica essa intervenção? Que tipo de “aprovação” foi dada a este negócio e de que critérios dependeu a mesma? Procurou a Comissão Europeia impor ao Governo Português esta solução?”, questionou o também dirigente do PCP.

Na ótica dos comunistas, o fundo de investimento Mutares vai receber “de mão beijada” uma das “principais empresas industriais portuguesas, com créditos e garantias, trabalhadores altamente qualificados, capacidade de investigação” e “encomendas com centenas de milhões de euros em carteira”.

“Trata-se, evidentemente, de uma decisão profundamente lesiva para os interesses nacionais“, lamentou. As perguntas prioritárias feitas à Comissão têm de ser respondidas num prazo mais curto do que outras feitas à equipa liderada por Ursula von der Leyen.

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