Benfica-V. Setúbal, 1-1 (crónica)

6 out 2002, 00:17

É tão difícil ser feliz Depois de tanto correr atrás de um golo, o Benfica foi incapaz de o guardar. Ser feliz dá muito trabalho.

Este é um daqueles jogos dificeís de explicar, sobretudo por ser complicado perceber como pode uma equipa conviver tão mal com a felicidade. Afinal, é essa a grande justificação para o empate entre Benfica e Vitória de Setúbal: os de Jesualdo não souberam o que fazer com o grande golo de Petit.

O jogo cumpriu tudo o que prometera. Duas equipas com treinadores que gostam de golos fizeram pela vida. O Vitória de Setúbal com mais uns trocos de preocupação defensiva, o Benfica não raro ansioso. Tudo somado, o tempo foi dado por bem entregue.

Com Roger muito activo e Petit seguro a defender, o Benfica usava bem os flancos, apresentava um futebol variado e as soluções resultavam em oportunidades de festa. Golos é que nem por isso. O Vitória de Setúbal, assente sobre duas colunas de betão (Hugo Costa e Hugo Alcântara), aguentava bem Nuno Gomes e Zahovic, enquanto Nelson fazia o suficiente para colocar Simão em respeito. Ao intervalo o empate estava bem, mas com golos teria sido mais divertido, até porque pelo meio Marco Ferreira e Jorginho ameaçaram Moreira.

Quem precisava de um golo?

Depois do intervalo as coisas mudaram um pouco. O Benfica começou a pressionar mais e o Vitória deu-se mal com a ideia. Quando Fehér entrou para jogar uns metros mais à frente do que o substituído Zahovic já os de Setúbal recorriam demasiado à falta. Muitas e cada vez mais perto da grande área de Marco Tábuas.

Por falar nisso, o guarda-redes entretanto feito titular pela lesão de Pedro Espinha começava a voar o suficiente para ser considerado o melhor em campo. Uma tendência que os minutos confirmariam. Por entre as grandes defesas, o golo de Petit. Um livre imenso, um momento de inspiração como só os grandes têm.

Tudo feito? Parecia, mas foi nessa altura que se notou a má convivência do Benfica com a felicidade. O peso do triste hábito do tempo passado, marcas da Madeira ou apenas a incapacidade de segurar a bola e esperar que o árbitro silenciasse o apito? Seja qual for a explicação, a verdade é que o Vitória subiu, começou a cruzar, a correr muito mais e à novidade o Benfica disse nada. Foi por essa altura que o golo de Jorginho apareceu. Ser feliz é tão difícil¿.

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