«Como é que aquilo apareceu ali?», pergunta Laelson, referindo-se à nandrolona

29 set 2001, 22:23

Brasileiro aborda «caso» de doping

O jogador do V. Guimarães, Laelson, abordou este sábado, em conferência de imprensa, o «caso» do controlo positivo que indiciou o uso de nandrolona na última jornada do campeonato 2000/2001, ainda ao serviço do Campomaiorense. O brasileiro demostrou firmeza e convicção quando saiu em sua defesa: «Não tomei nada, não preciso e nem precisarei tomar nada para jogar. Tenho porte físico para jogar futebol», começou por frisar. 

De seguida elogiou todo o amparo sentido junto do clube vitoriano. «Agradeço o apoio que o Vitória me tem dado neste momento delicado. Estão comigo!», sublinhou, mostrando-se interessado em apurar o que terá acontecido: «Quero uma explicação para tudo o que se passou. Se a nandrolona apareceu lá é porque eu ingeri isso, mas não sabia», garantiu, acrescentando que «isto não pode ficar assim». Por isso, apela para que a Federação Portuguesa de Futebol «acompanhe este assunto com muito cuidado».  

Historiando um pouco sobre a altura em que antecedeu o encontro Alverca-Campomaiorense, Laelson explicou que durante a semana e na véspera do jogo foi medicado, «porque sentia dores no calcanhar direito». Agora, diz, quer saber o que tomou. 

«Tenho responsabilidades para com a minha família no Brasil e isto não tem lógica nenhuma. Não ia dopar-me no último jogo do campeonato, quando o Campomaiorense sabia que eu não ía ficar. Sabiam que saíria, porque já tinha dito que não ficava. Isto não tem lógica. Quero saber o que tomei e chamar as pessoas à responsabilidade», sublinhou, mostrando estranheza pelo departamento médico do clube raiano «ainda não se ter pronunciado sobre o assunto», vincando de forma clara a sua ligação duradoira aos alentejanos: «Não estive em Campo Maior quatro dias, mas sim quatro anos». 

Questionado sobre a possibilidade de alguém o querer prejudicar, o brasileiro diz que «todos os jogadores confiam nos médicos dos clubes. Sempre confiei na comissão médica e o problema e a grande dúvida é que não tomei nada voluntariamente». Por isso, voltou a perguntar em voz alta: «Como é que aquilo apareceu ali?».  

«Quem dera ao futebol português ter jogadores como o Laelson», diz Inácio 

O técnico Augusto Inácio, que acompanhou Laelson nesta sua intervenção, defendeu o seu jogador de forma bem eloquente. «Desde que veio para o Vitória, dentro e fora do campo, demonstrou ser uma pessoa com grande carácter e profissionalismo. Nós esperamos respostas que não podem ser dadas por nós. O Laelson tem um apoio sentido e não tem de agradecer. Sabemos quem temos aqui e quem dera ao futebol português ter jogadores como o Laelson». O brasileiro, que ontem viu a suspensão ser levantada até uma deliberação final, integrou hoje a convocatória para o jogo com o Sporting, merecendo a confiança de Inácio.

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