Gotemburgo: conversas sobre hóquei antes do futebol

15 out 2002, 11:52

Viagem pela cidade onde se joga o Suécia-Portugal Viagem pela cidade onde se joga o Suécia-Portugal na quarta-feira.

Quando se chega a Gotemburgo, o primeiro problema será a língua, depois aquele pormenor de a Suécia não se ter rendido ao euro e ser necessário arranjar coroas. Apanhar um táxi é fácil, sendo possível combinar o preço à partida (a corrida nem fica cara - do aeroporto ao hotel, mais ou menos 30 quilómetros, são 310 coroas, perto dos 35 euros). Os limites de velocidade são respeitados (110 kms/hora na auto-estrada) e os semáforos - grande invenção! - acendem a luz amarela antes de passar do vermelho ao verde. Isto poderia poupar muitas buzinadelas aos que se impacientam com quem demora a colocar a primeira mudança e teve o azar de ser o primeiro da fila.

Já em Gotemburgo, no caminho do aeroporto para o hotel, o senhor do táxi mostra-me o estádio em que Suécia e Portugal vão jogar esta quarta-feira, o Ullevi. Diz¿se úlaví e não ulévi. Foi preciso insistir bastante até que percebesse. «Já está velho», diz-me, «foi construído em 1958, para o Mundial». No entanto, descendo um pouco a rua, há outro estádio, mais pequeno e (ainda) mais antigo, usado para os jogos da Liga sueca. O Ullevi (úlaví, recordo) está reservado para os jogos internacionais que a cidade acolhe.

«Hóquei no gelo não temos», tenho de esclarecer, «falta-nos o frio». O senhor parece triste por não existir um campeonato da modalidade em Portugal, como que a dizer que não sabemos o que perdemos. Aconselha-me a ir a um jogo aqui em Gotemburgo, se tiver tempo, depois de ter torcido o nariz à versão de rinque. Parece que tem grande adrenalina.

Da equipa portuguesa conhece pouco (nem sequer fala em Figo, casado com uma compatriota) e aproveita para informar que Zlatan Ibrahimovic, do Ajax, está lesionado e poderá não jogar amanhã. «É azar, não temos tido bons resultados desde o Mundial, empatámos agora em casa com a Hungria¿». Pois, acontece aos melhores.

Sol ainda não se viu, numa cidade que dorme cedo. A partir das oito da noite não se encontra quase ninguém na rua e as cozinhas dos restaurantes fecham por volta das 22 horas. Plenamente justificado, se tivermos em conta o frio que se instala depois das cinco da tarde. Ainda é cedo para cair neve, só lá mais para Dezembro, mas há uma chuva miudinha que teima em não parar.

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