Paços de Ferreira-Braga, 0-0 (destaques)

29 set 2001, 19:48

Paulo Sousa aguentou as pontas Zé Nando correu, Paulo Sousa e Beto jogaram. A expulsão de Miguel Xavier impediu que o Paços fizesse mais. Quim defendeu o que foi preciso, num Braga pouco convicto.

O enorme pulmão de Zé Nando

Um jogo à sua imagem: força, raça e determinação. Apesar de ter baixado um pouco na segunda parte, o lateral-esquerdo andou quase sempre em rotações elevadas, imprimindo ao jogo pacense uma maior velocidade. Foi assim que, a espaços na primeira parte e sobretudo no início da metade complementar, a equipa da casa conseguiu incomodar a defesa minhota ¿ até à expulsão de Miguel Xavier. Muito mais do que um defesa, Zé Nando explorou bem o corredor esquerdo, aproveitando a enorme diferença de voltagem em relação a Armando, o lateral-direito do Braga. Faltou um Leonardo inspirado no centro da área que concretizasse os lances que saíam da esquerda... 

Beto e Paulo Sousa, trincos de respeito

Foram os elementos mais consistentes do Paços. O primeiro bastante mais ofensivo, protagonizou até os principais lances de perigo da equipa da casa no primeiro tempo. Mas Paulo Sousa mostrou-se ainda mais completo: boa técnica, segurança no passe e capacidade de luta apreciável. Um jogador com mais atenção. 

O Quim dos melhores dias

Não é surpresa que tenha feito um grande jogo, porque todos conhecem o seu valor. Perdeu, momentaneamente, a titularidade da selecção nacional para Ricardo, mas tem lugar, sem margem para discussões, no top dos melhores guarda-redes portugueses. O Braga deve-lhe grande parte deste empate. Com o desfiar de oportunidades criadas pelo Paços, sobretudo a partir da segunda parte, Quim foi crucial na forma como respondeu a todos os lances de perigo ¿ com eficácia e segurança, bem à sua imagem. É verdade que, por vezes, foi obrigado a fazer algumas defesas incompletas, mas procurou sempre o caminho menos custoso para evitar o golo pacense. Conseguiu.  

Tiago e Paulo Gomes, um dueto em formação

Uma dupla de trincos que vai ganhando consistência (sem esquecer Barroso, que só esteve de fora porque está lesionado...). Paulo Gomes, que trocou recentemente Guimarães por Braga, parece ter reencontrado na capital minhota um novo caminho para uma carreira que havia sido interrompida. Para o pouco tempo que leva no conjunto bracarense, revela um bom nível de entrosamento: mostra conhecer o estilo de jogo da equipa e participa nele de forma intensa. Saiu no início da segunda parte por mera opção de Cajuda de imprimir um cunho mais ofensivo ao Braga. Tiago, o companheiro de Paulo Gomes na zona de contenção do meio-campo, fez um jogo um pouco mais discreto, mas talvez mais eficaz. Soube ocupar a zona central de modo a secar intençõe ofensivas de unidades como Everaldo ou Mauro e tentou, mais do que lhe competia, a sua sorte nos remates de longe. 

A questão-Zé Roberto

Este era um jogo especial para Zé Roberto. O joker do Braga pisava terrenos que estiveram para ser seus, não fosse um desvio ainda por explicar devidamente, quando os bracarenses conseguiram contratar o que, naquela altura, era um suposto reforço pacense. Ainda ressentidos desse episódio, os adeptos pacenses mostraram o seu desagrado para com o brasileiro, mal o viram entrar para o aquecimento. Logo aí se percebeu que Zé Roberto teria que se abstrair do ambiente hostil que o esperava, se quisesse assinar uma exibição ao seu nível. Mas, claramente, não foi capaz. Zé Roberto quase nunca apareceu no jogo: os remates saíam-lhe frouxos e desacertados. No único livre frontal de que dispôs, os assobios foram tantos que o ruído deve ter-lhe tirado o discernimento. Só por duas vezes o médio-ofensivo se esqueceu do ambiente. Num lance, fez um passe magistral que isolou Tito; no outro, apontou um golo de cabeça anulado pelo árbitro por um fora-de-jogo duvidoso... Saiu nos primeiros minutos da segunda parte, reagindo de forma curiosa à hostilidade dos adeptos do Paços ¿ com os dois braços, incitava-os a assobiarem... ainda mais.

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