Hiddink não será presidente da Coreia, mas pode ter dado uma ajuda

21 jun 2002, 12:46

Quando um país acredita mais na selecção que nos políticos Em plena crise política, os coreanos acreditam mais na selecção do que nos homens que lideram o país.

A euforia mundialista coreana coincide com um período de indisfarçável crise política - os filhos do presidente Kim Dae-Jung estão a ser presos à média de um por semana, por envolvimento em casos de corrupção e as eleições regionais, realizadas na semana passada, bateram um mínimo histórico de afluência às urnas.

Os cartazes de «Hiddink for president», cada vez mais vulgarizados nas bancadas, representam mais do que o endeusamento do treinador holandês: são um sintoma claro de que o povo coreano acredita mais na sua selecção do que nos seus políticos. E já que a candidatura de Hiddink à presidência não é viável, os partidos políticos procuram apanhar a maré cheia, seja de que jeito for.

Assim, o nome de Chung Mong-Joon, actual vice-presidente da FIFA e um dos principais responsáveis pela organização conjunta do Mundial-2002, é apontado como forte candidato à sucessão de Kim Dae-Jung nas eleições presidenciais de Dezembro. Chung Mong-Joon tem a seu crédito a viabilização política de um entendimento com o Japão para lançar as bases do primeiro Mundial organizado em dois países. Além disso, enquanto responsável pela federação coreana, foi quem deu a cara pela solução-Hiddink, apostando no holandês para o lugar de seleccionador apesar das críticas dos nacionalistas ofendidos, e defendendo-o quando os primeiros resultados foram decepcionantes.

Conotado com o Millenium Democratic Party (MDP), Chung tem sido um dos principais beneficiados do sucesso coreano na prova, e a sua candidatura, na condição de outsider político, ganhou força com a expressiva derrota sofrida pelo MDP nas eleições da semana passada.

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