Brasil cumpre mas não encanta

16 ago 2001, 03:59

«Escrete» conseguiu vitória importantíssima O triunfo por 2-0 foi um passo de gigante rumo ao mundial-2002

Sofrido mas justo. O Brasil não assinou uma exibição de sonho, mas conseguiu uma das vitórias mais importantes da sua história como selecção. É que se o escrete não tinha ganho, esta madrugada, ao Paraguai, corre o sério risco de não estar presente no mundial-2002 ¿ e perdia, assim, o seu estatuto de única selecção do Mundo que pode dizer que esteve presente em todas as fases finais dos mundiais. 

Com esta vitória, e ainda que nada esteja garantido para os canarinhos, o cenário passou a ser completamente diferente para o Brasil. O mais provável é mesmo que o conjunto de Scolari consiga ser um dos quatro primeiro classificados da zona sul-americana. A Argentina já está apurada, o Paraguai vai bem encaminhado (26 pontos), e depois estão duas equipas em excelente posição: Equador (25) e Brasil (24). Os brasileiros já vão com três pontos de avanço sobre o quinto, o Uruguai (21), que escorregou inesperadamente na Venezuela. 

Nove meses depois, o Brasil voltou a ganhar nesta fase de qualificação. Beneficiou de um bom início de jogo, logo com um golo aos cinco minutos, por via de um cabeceamento de Marcelinho Paraíba, que respondeu da melhor forma a um centro de Belletti, um dos melhores jogadores em campo. 

Os brasileiros estiveram próximos de aumentar para 2-0, mas desperdiçaram algumas boas ocasiões e permitiram que o Paraguai terminasse a primeira parte a dominar. Já nessa altura o portista Paredes se cotava como um dos melhores em campo. Mais avançado do que costuma jogar no Porto, Paredes mostrou a eficácia a que já nos habituou. 

Os paraguaios aproveitaram o nervosismo brasileiro e estiveram muito perto do empate. Sobretudo no início do segundo tempo, quando o alemão Helmut Krug perdoou uma grande penalidade ao Brasil, ao deixar passar um toque com a mão dado por Rivaldo dentro da área.  

Mas quando o mais justo era o Paraguai chegar à igualdade, eis que Rivaldo se redime de uma exibição apagada e responde da melhor forma a uma jogada genial de Denilson. Faltavam 21 minutos para o jogo terminar e o Brasil conseguia um golo mais do que precioso. O conjunto paraguaio ressentiu-se da contrariedade e nunca mais foi o mesmo. 

No jogo «mais importante» da sua carreira, Scolari está de parabéns: foi corajoso no onze que escolheu, mas acertou em quase todas as suas apostas. Marcelinho Paraíba foi surpresa no onze e marcou; Leonardo e Denilson foram lançados no momento certo. O Brasil não deslumbrou mas pode, finalmente, respirar fundo.  

Ficha do jogo 

Estádio Olímpico, em Porto Alegre

Árbitro: Helmut Krug (Alemanha) 

BRASIL ¿ Marcos; Cris, Juan e Roque Júnior; Belletti, Eduardo Costa, Rivaldo (Vampeta, 85m), Tinga e Roberto Carlos; Edílson (Leonardo, 66m) e Marcelinho Paraíba (Denilson, 63m). 
Seleccionador: Luis Felipe Scolari 

PARAGUAI ¿ Chilavert; Arce, Sarabia, Cáceres e Morel; Paredes, Struway (Jorge Campos, 73m), Gavillan e Acuña; Cardozo e Roque Santa Cruz (Ferreira, 59m)

Seleccionador: Sergo Markarián 

Ao intervalo: 1-0

Disciplina: cartão amarelo a Struwayy (36m), Marcelinho Paraíba (40m); Chilavert (83m)

Marcadores: Marcelinho Paraíba (5m); Rivaldo (69m)

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