Futre a um passo do regresso ao Atlético Madrid

2 nov 2000, 23:29

Português reúne-se esta sexta-feira com Gil y Gil Paulo Futre vai reunir-se esta sexta-feira com o presidente do Atlético de Madrid, Gil y Gil, para negociar o seu regresso ao clube que representou como jogador nas décadas de 80 e 90. O português, caso chegue a acordo com o Atlético, deverá ir ocupar o cargo de director técnico.

Paulo Futre está a um passo de voltar ao Atlético de Madrid. O cargo provável do português é de director-técnico, depois de esta tarde o clube madrileno ter destituído Miguel Ángel Ruiz, mas o enquadramento do ex-jogador está ainda por decidir. Futre reconheceu ao Maisfutebol que amanhã, às 13 horas, vai reunir-se com o presidente Jesús Gil para negociar a sua entrada na equipa madrilena. 

Futre confessou não saber exactamente que funções irá exercer, se se confirmar a sua entrada no clube. «Amanhã na reunião vamos tratar desses assuntos, ainda não sei nada», admitiu. O Atlético é 18º classificado na II Divisão espanhola, com 10 pontos em 10 jogos, depois de ter descido de divisão na época passada. 

O português, no entanto, acredita nas possibilidades de recuperação da equipa. «Faltam muitos jogos e a subida é ainda possível», frisou, mostrando-se também confiante nas capacidades dos jogadores. «Claro que acredito no plantel. São jogadores de qualidade.» 

Sobre o que não quis falar foi do assunto Hugo Leal, jogador do Atlético prometido por Manuel Vilarinho aos sócios do Benfica. «Ainda não estou dentro do clube e não sei qual é a situação», justificou, optando também por não comentar na qualidade de antigo jogador. 

O lugar provável para Paulo Futre ocupar é o de director técnico. Miguel Ángel Ruiz foi despedido hoje à tarde, «medida enquadrada dentro de uma reestruturação da área técnica e desportiva», explica o Atlético de Madrid em comunicado. Ruiz tinha ocupado esta posição no clube desde a época 94/95, tendo contribuído para a vitória no campeonato e na taça do Rei em 95/96.  

O comunicado ontem distribuído, no entanto, parece indicar que vai haver uma revolução ainda maior na estrutura técnica, onde só o actual treinador Marcos Alonso parece ter a confiança dos dirigentes. Tomás Reñones, que foi durante os anos 80 e 90 lateral direito e capitão do plantel e antigo companheiro de Futre, também deverá regressar ao clube colchonero

A revolução deve chegar também ao plantel, que deverá sofrer algumas baixas. Hugo Leal, depois das declarações em que confessou que o entusiasmava a perspectiva de regressar ao Benfica, está na mira do presidente Gil y Gil, que lhe abriu a porta de saída. Para além da alegada cláusula especial para o Benfica, inferior à geral, a rádio «Ser» anunciou hoje que no contrato do médio português consta outra cláusula que diz que, se a equipa não subir no fim da época, a verba que tem de pagar para sair do clube fica reduzida a metade: dois mil milhões de pesetas, dois milhões e 400 mil contos. 

Kiko, contudo, parece ainda mais próximo da saída. O internacional espanhol, grande estrela da equipa, tem ficado no banco nos últimos jogos e já manifestou vontade de se ir embora, tendo-se deslocado, inclusivamente, a Itália, onde negociou com o AC Milan para depois falhar nos testes médicos. Segundo a imprensa espanhola, o Atlético poderá deixar sair o jogador se Kiko perdoar os 250 mil contos que o clube lhe deve. 

A crise do Atlético ressurgiu ontem depois de uma péssima exibição da equipa nas Canárias. Os colchoneros perderam por 2-1 com o último classificado da II Divisão, a Universidade de Las Palmas, uma equipa que ainda não tinha ganho e que fez em 90 minutos apenas menos um golo do que nos nove jogos anteriores. Gil y Gil atacou duramente os jogadores, acusou-os de não sentirem a camisola e chamou-lhes «os Globetrotters da II Divisão», porque iam divertir-se a todos os locais onde jogavam.  

O Atlético tem o maior orçamento da II Divisão espanhola (superior ao de vários clubes da I Divisão), mais de 40 mil sócios e já esgotou o seu estádio (57 mil lugares) esta época, mas está apenas um lugar acima da despromoção à II Divisão B. A chegada de Marcos Alonso (que substituiu já esta época Fernando Zambrano, anterior treinador) parecia ter conferido maior tranquilidade, mas a derrota de ontem voltou a afundar as esperanças. De se falar da contratação de Seedorf, internacional holandês que joga no Inter de Milão, se a equipa subir à primeira liga passou-se a especular sobre quem vai ser despedido.

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