«Aproximação dos pequenos aos grandes é irreversível», acha Luís Campos

28 ago 2001, 21:00

Técnico gilista não tem medo das contratações milionárias Para Luís Campos, mais importante do que contratar grandes jogadores é «ter bon métodos de trabalho e estar atento, para descobrir valores escondidos»

Como é que um treinador de um clube médio, o Gil Vicente, vê o volume e a qualidade de contratações que os grandes fizeram neste defeso? Será que isso constitui um risco para as ambições dos pequenos de chegar cada vez mais perto dos grandes? O Maisfutebol levantou as questões a Luís Campos e o técnico que partilha a liderança do campeonato com Toni não fugiu ao tema. 

«Sinceramente, não acredito que haja o risco de os grandes voltarem a fugir dos pequenos. Ainda recentemente, nos Açores, falei com o Carlos Manuel precisamente sobre esse tema. E ambos concordámos no facto de os pequenos terem evoluído muito nos últimos anos. Dantes, os grandes treinavam todos os dias e os pequenos só três vezes por semana. Agora, os pequenos já têm hábitos de treino semelhantes, o que os treinadores sabem é idêntico ao que sabem os treinadores dos grandes clubes, e isso permite uma maior aproximação de qualidade», observa Luís Campos. 

Se a questão dos métodos de trabalho é fundamental para perceber a inevitabilidade dessa aproximação, Luís Campos aponta, depois, para a questão que, na sua opinião, dá ainda mais ênfase a essa tendência: «E depois há os jogadores. Claro que clubes como o Gil nunca terão a capacidade de contratar futebolistas da qualidade que os grandes contrataram este ano, mas há um conjunto enorme de jogadores com valor queunca tiveram oportunidade de aparecer na ribalta. Cabe a clubes como o Gil Vicente estar atento e ir descobrindo esses valores, enquanto ainda os pode contratar. Ainda agora o Benfica contratou o Toni, lateral-direito, que há dois anos jogava na III Divisão...» 

Na perspectiva de Luís Campos, o regresso de grandes valores para o futebol português, como Simão, Mário Silva, Caneira ou Paulo Costa «só mostra que os clubes voltaram a ter agum poder financeiro com o encaixe que fizeram com as SAD¿s».

Patrocinados