«Esta semana pode clarificar muita coisa», diz Fernando Santos

16 abr 2001, 15:00

Treinador do F.C. Porto atento a um deslize do Boavista Em poucos dias, o Boavista joga em Guimarães e recebe o Sporting, enquanto que os portistas acertam o calendário no Funchal. A estratégia para o encontro com o Marítimo não deve alterar-se muito, mas estará sempre dependente da recuperação de Capucho.

Esta é uma semana que poderá ser fulcral na luta pelo título, começando com o jogo de hoje à noite do Boavista em Guimarães. Para além disso, ainda existe o reajuste de calendário com o Marítimo-F.C. Porto (quarta-feira) e o decisivo Boavista-Sporting, no próximo sábado. 

Embora os próximos desafios não sejam totalmente decisivos, uma vez que depois de passados os próximos dias ainda vão ter de cumprir-se cinco jornadas, para Fernando Santos tudo pode ficar mais definido. «É uma semana que pode dar maior claridade às coisas. Pode clarificar, não podemos fugir dessa análise. No campo das suposições, se o Porto ganhar os próximos dois jogos e o Boavista perder ficamos com a situação privilegiada, mas se acontecer o contrário o Boavista fica com uma situação super-privilegiada», analisa.

 
Mesmo que esta noite possa acontecer o tal deslize dos axadrezados, tão desejado pelo F.C. Porto, o treinador assegura que não vai ver o jogo, como costuma fazer nestas ocasiões. «Só o resultado final interessa», porque na sua perspectiva já não tem muito cabimento irritar-se por um jogo «ali no sofá, à frente da televisão de adepto». Quer o Boavista ganhe, empate ou perca, Fernando Santos vai «dormir da mesma maneira», pois não é habitual flutuar dessa forma. A única intenção deverá ser ganhar os jogos e não preocupar-se com os outros. 

«Colocar a pressão no Boavista» 

O próximo jogo do F.C. Porto afigura-se como fundamental, já que servirá para acertar o calendário. Por força dos compromissos na Taça UEFA, uma partida que estava para realizar no Carnaval só irá concretizar-se já depois da Páscoa. 

Está será, assim, uma oportunidade para os portistas ultrapassarem a barreira actual de pontos em relação ao primeiro classificado. Por isso, é «mais um jogo importante, no sentido de concretizar a ansiedade natural de chegar ao título». É natural que a equipa queira «vencer para colocar a carga e pressão em cima da equipa do Boavista. A equipa sabe que tem de ganhar os jogos todos. Não tem outra hipótese». 

Condicionado pela lesão de Capucho, Fernando Santos ainda não sabe que estratégia a utilizar com o Marítimo, mas não lhe parece que «vá alterar muito o figurino». Mesmo com as muitas dificuldades que o Marítimo atravessa, devido às derrotas, lesões e até indisciplina interna. O treinador portista não vai condicionar a sua táctica: «Pode parecer presunção da minha parte, mas nunca condicionei a estratégia da minha equipa aos adversários. Acho que o Porto não o deve fazer, porque tem como objectivo principal ganhar e ser campeão. Tem de ter uma estratégia própria em todos os jogos e não estar dependente do que o adversário vai fazer ou poderá fazer». 

A polémica que tem-se vindo a gerar em torno do jogo com o Marítimo não encontra a compreensão de Fernando Santos. Sendo assim, espera «um jogo muito difícil», dado que o adversário «ainda não tem a sua situação definida matematicamente» no que diz respeito à manutenção. 

«O Marítimo vai dar tudo para ganhar ao F.C. Porto, dado que também vem de dois resultados menos positivos. Conheço bem a gente da Madeira, porque já joguei lá, e tenho a certeza que não ficam nada satisfeitos quando perdem. Vão exigir uma vitória», considera. Sobre o adversário em si, o treinador da equipa das Antas faz uma análise curiosa: «É uma equipa muito à imagem de Nelo Vingada, que pauta a sua maneira de estar e de ser por uma grande correcção. Em termos tácticos ou estratégicos isso tem os seus reflexos, pois é muito bem organizada, sabe o que há de fazer e é muito arrumada». Para além disso, «há pouco tempo ganhou no Bessa, o que não é fácil».

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