Octávio e o Grasshopper: «Seria desagradável deixar os adeptos insatisfeitos»

7 ago 2001, 19:59

Treinador do F.C. Porto acredita numa boa noite

O discurso é o de sempre. Controlado e linear, claro e pouco dado a interpretações diversas. Octávio falará sempre da mesma forma. Em vésperas de um amigável ou a horas de um desafio que pode marcar toda a temporada. É, essencialmente, um decalque daquilo que quer ver em campo, a repetição da atitude que exige aos seus jogadores. 

O motivo da conversa de final de tarde com os jornalistas era o jogo com o Grasshopper. Abordagens possíveis e perspectivas à parte, o treinador prevê um F.C. Porto semelhante ao que defrontou o Boavista. «O que nos interessa é aquilo que tem sido a nossa imagem de marca», assegura, certo de que «o estádio cheio» também pode ajudar a equipa a «ter uma boa noite». Octávio acredita que o melhor reflexo da postura que os seus jogadores têm revelado é a afluência de público. «Seria desagradável deixar insatisfeitos aqueles que gostam de nós», refere. 

Interessado em contrariar a teoria portista estará, naturalmente, o Grasshopper. «O futebol suiço tem sofrido a influência de países mais evoluídos e tem jogadores que constituem uma equipa com dinâmica e um adversário de qualidade», lembra o técnico, perfeitamente ciente de que este desafio «exigirá bastante empenho» ao F.C. Porto. Em termos teóricos, pode dizer-se que esta eliminatória pode ser mais difícil que a disputada com o Barry Town. «Os jogos são mais ou menos fáceis consoante aquilo que formos capazes de desenvolver», contraria. «Temos de impor um ritmo forte e ser eficazes a atacar e a defender». A estratégia não incluiu o nome ou a força de quem está do outro lado. 

O F.C. Porto, apesar de ter uma política futebolística instituída, tem treinado à porta fechada, o que pode ser entendido como uma forma de esconder qualquer táctica especial que possa estar a ser preparada. «Não se trata de esconder o jogo, pois o F.C. Porto tem jogado duas vezes por semana», explica Octávio, resumindo o encerramento habitual dos portões das Antas com a necessidade de «ter alguma tranquilidade». 

O Grasshopper merece unicamente toda a atenção que os restantes adversários. Nem mais nem menos. «Respeito muito a equipa suiça, mas não a temo em nenhum aspecto», esclarece o treinador. Nem mesmo a indisponibilidade de Chapuisat pode ser vista como vantagem à priori. «É um jogador com experiência e com nome feito na Europa, mas não é só ele que faz a equipa».

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